domingo, 22/12/2024
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Na ONU, Obama prega tolerância e avisa que tempo do Irã 'não é ilimitado'

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu a tolerância e o fim das políticas que opõem Ocidente e mundo árabe em seu discurso nesta terça-feira na 67ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece em meio aos protestos muçulmanos contra um filme americano anti-Islã . No que deve ser seu último grande discurso internacional antes da eleição de novembro , Obama aproveitou o palco da ONU para fazer um alerta ao Irã dizendo que, embora continue defendendo a diplomacia como solução do impasse sobre o programa nuclear iraniano, o tempo para o país colaborar "não é ilimitado".

Obama começou o discurso falando em tom emotivo sobre a trajetória de Chris Stevens , o embaixador americano morto na Líbia durante protestos contra o filme produzido nos EUA e duramente condenado pelo governo americano. Segundo o líder, os ataques às embaixadas dos EUA por causa do filme não são apenas ataques contra a América, mas também contra os ideais que nortearam a fundação da ONU. “Enfrentamos uma escolha entre as forças que nos separam e as esperanças que temos em comum”, afirmou. “Precisamos declarar que essa violência e intolerância não têm lugar nas Nações Unidas.”

O presidente reforçou que o vídeo não tem nenhuma ligação com o governo dos EUA e disse que sua mensagem tem de ser rejeitada por ser um insulto não apenas aos muçulmanos, mas também à América. “Somos um país que recebeu pessoas de todos os lugares e religiões”, afirmou. “Entendemos o fato de as pessoas estarem ofendidas porque milhões de nossos cidadãos também estão.”

Obama afirmou, porém, que a liberdade de expressão prevista na Constituição americana impede o governo de banir o vídeo. “Os americanos lutaram e morreram no mundo inteiro pelo direito de as pessoas expressarem suas opiniões, mesmo as que rejeitamos”, afirmou. “Como presidente, aceito que as pessoas dirão coisas horríveis de mim todos os dias – e sempre vou defender o seu direito de fazer isso”, acrescentou, provocando risos e aplausos da plateia.

O presidente também disse que, com as novas tecnologias, a ideia de que é possível controlar o fluxo de informação se tornou obsoleta. “A arma mais poderosa contra o discurso de ódio não é repressão: é mais discurso. São as vozes de tolerância que lutam contra o fanatismo e a blasfêmia, que elevam os valores de entendimento e respeito mútuos”, disse. “Nenhum discurso justifica violência sem sentido, nenhuma palavra justifica a morte de inocentes.”

Obama defendeu que todos os países do mundo se unam para “marginalizar” aqueles que fazem política a partir do ódio. “Esse tipo de política que opõe Ocidente e Oriente, norte e sul e muçulmanos e cristãos não cumpre a promessa de liberdade”, afirma. “Ela só faz com que seja ainda mais difícil alcançar o que queremos: educar nossas crianças, criar as oportunidades que elas precisam, proteger os direitos humanos e ampliar as promessas da democracia.

Irã

O presidente americano fez duras críticas ao Irã, dizendo que o governo do país continua restringindo a liberdade de seus cidadãos, apoia o ditador sírio Bashar Al-Assad e grupos terroristas internacionais, além de não cumprir suas obrigações diante da ONU para garantir os fins pacíficos de seu programa nuclear.

Embora tenha reforçado a preferência americana por uma solução diplomática para o impasse, Obama deixou claro que uma opção militar não está descartada.

“Os EUA querem resolver isso com diplomacia – e ainda há tempo e espaço para isso. Mas esse tempo não é ilimitado”, afirmou. “Os EUA farão tudo o que for necessário para impedir o Irã de obter uma arma nuclear.”

O presidente americano também condenou a violência na Síria e defendeu a solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino, dizendo que os EUA estão preparados a trabalhar com todos dispostos a “seguir nessa jornada” em direção à paz.

Notando a dificuldade de alcançar tais objetivos, Obama disse encontrar esperança não nas ações dos líderes, mas nas ações de pessoas como soldados americanos, estudantes em Jacarta e Seul, jovens nas favelas do Rio de Janeiro e escolas de Mumbai.

“Esses homens, mulheres e crianças de todas as raças e religiões me lembram de que para cada multidão enfurecida que aparece na televisão existem bilhões de pessoas em todo mundo que dividem os mesmos sonhos e esperanças”, afirmou.

A Assembleia Geral da ONU foi aberta nesta terça-feira com um discurso da presidenta Dilma Rousseff , que condenou a violência na Síria e o preconceito contra islâmicos, além de criticar políticas fiscais ortodoxas adotadas por países desenvolvidos.

Com AP

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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