“Houve [propina] no governo de Blairo, que eu era vice, e houve no meu governo. E no governo do Pedro foi homologado sem prestar conta”
Silval ratifica tudo o que disse na primeira oitiva e que o dinheiro que aparece no vídeo sendo entregue para deputados era pagamento de propina. Silval Barbosa sugeriu que a CPI convoque José Riva, o ex-deputado Daltinho e o ex-secretário Pedro Nadaf para depor. Segundo ele, Pedro Nadaf operou direto com Luciana Bezerra “por que ela se desentendeu com o Silvio”. Sobre José Riva, julga importante sua convocação consideran que já foi homologada sua delação premiada, “e não tem como ele fazer delação sem mencionar o que ocorria na Assembleia Legislativa”.
Silval mencionou declarações de Eder Moraes para o MPE. Depois, Eder pediu a Blairo Maggi e Silval Barbosa o pagamento de R$ 6 milhões para negar “que aquilo tudo não era verdade’ um acordo para que eles negassem sua [de Maggi] participação. “ele achou por bem parar sua delação e fazer um acordo comigo e com o ex-governador Blairo Maggi, pedindo seis milhões de reais pra falar que aquilo ali não era verdade. Isso tudo está em anexo [na delação de SB]”, disse o depoente.
Questionado pelo vereador Sargento Joelson (PSC) se procede a argumentação da defesa de Emanuel Pinheiro que o dinheiro recebido era de pagamento de pesquisa para seu irmão Popó, o ex-governador foi taxativo: “Não tem nada disso. Era dinheiro de extorsão mesmo”.
“Houve [propina] no governo de Blairo, que eu era vice, e houve no meu governo. E no governo do Pedro foi homologado sem prestar conta”, disse Silval, referindo-se à regulamentação do pagamento para os deputados, na forma de Verba Indenizatória de R$ 65 mil. “Vencia o mês eram todos eles cobrando”, afirmou. Ele relata o pagamento de verba suplementar de R$ 15 milhões para a ALMT, “religiosamente”, que era repartida entre os deputados.
O vereador Abilio Junior questionou quem indicou Alan Zanatta para ser secretário de Governo e se ele sabia do esquema de corrupção.
MPE sabia da pressão de deputados por propina
Silval Barbosa disse que jamais Emanuel Pinheiro pediu para denunciar a propina para o concunhado dele Paulo Prado, então então chefe do Ministério Público (MP). Silval afirmou que se reuniu duas vezes com Paulo Prado para falar sobre as pressões que estava sofrendo e que atrasavam as obras. Em um segundo encontro, foi falado sobre a possibilidade de gravar os pedidos de extorsão, mas o plano não foi efetivado.
Silval afirmou que Alan Zanatta foi indicado pelo MDB e avalizado por Wellington Fagundes.
O vereador Toninho de Souza insistiu que o presidente da CPI coloque os requerimentos em votação. Toninho quer aprovar o requerimento que apresentou na primeira reunião da CPI realizada em fevereiro, em que requer o compartilhamento de todos os documentos relacionados à CPI dopaletó pelo MPF, MPMT, Justiça Federal e Polícia Federal. Uma data será marcada para apreciação dos requerimentos.
Diego Guimarães solicitou que a CPI do Paletó envie o vídeo e transcrição da oitiva de Silval Barbosa ao MPE para providências.