O museu Kaiser Wilhelm de Krefeld, perto de Colônia (oeste), que atrai anualmente entre 20 e 45 mil visitantes, se encontra em estado deplorável e não sabe como fazer para conseguir os cinco milhões de euros que lhe faltam para fazer importantes obras de restauração.
“O teto do museu tem infiltrações e a climatização precisa ser completamente mudada. Em julho, fez calor e tivermos que retirar alguns quadros das salas de exposição para colocá-los em clima fresco nos depósitos”, explicou à AFP Roland Schneider, encarregado de cultura da prefeitura de Krefeld.
Desde 1907, o museu, ou mais exatamente o município de Krefeld, é proprietário de um exemplar da série “Casas do Parlamento em Londres”, pintada pelo impressionista francês Claude Monet alguns anos antes.
A tela, a única obra impressionista do museu, tem um valor estimado entre 18 e 20 milhões de euros, mais do que se precisa para fazer os consertos necessários.
A idéia de vender a jóia do museu para preservar o resto das coleções, apresentada por alguns representantes municipais e divulgada pela imprensa, despertou rapidamente um debate, algumas vezes apaixonado, no âmbito dos meios culturais alemães.
“É a violação de um tabu absoluto”, declarou, horrorizado, o presidente da Federação dos Museus da Alemanha, Michael Eissenhauer.
“Se nos desfizermos do nosso patrimônio, como poderemos preservar nossa identidade cultural?”, questionou-se. “Ninguém conceberia vender primeiro os vagões para renovar a rede de trens, nem vender os livros da biblioteca para restaurar o teto”, observou.
Diante de toda esta comoção, a prefeitura de Krefeld garantiu que a venda do Monet, que de qualquer forma deve ser aprovada pelas autoridades regionais, é apenas uma “idéia” e que nada foi decidido ainda.