Obras já estão sendo executadas no assentamento Dorcelina Folador e deverão ser entregues em outubro. União e município investem R$ 1,6 milhão no projeto, que abrirá às portas em 2008 para a formação e capacitação do agricultor familiar
“Como é bom lançar obras em andamento”. Foi com este espírito de satisfação que o prefeito de Várzea Grande, Murilo Domingos, lançou – na última segunda-feira (07.05) no assentamento Dorcelina Folador (zona rural da cidade) – as obras do primeiro Centro de Formação e Capacitação em assentamento rural do Centro-Oeste. A unidade apelidada de “universidade rural”, está sendo executada desde janeiro e deverá ser entregue à comunidade em outubro. O projeto vai receber R$ 1,6 milhão por meio de parceria entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e prefeitura municipal.
O centro está dividido em vários blocos que abrigam dormitórios para até 160 pessoas, laboratório, biblioteca, refeitório, salas de aula, lavanderia, parque infantil e também prevê a construção de um auditório. “A grade pedagógica ainda está sendo elaborada pela comunidade e pelo Movimento dos Sem Terra (MST), mas o espaço foi contemplado para ofertar cursos técnico e superior. Já está certo de que agronomia terá a primeira turma formada a partir do ano que vem”, explica o secretário de Meio Ambiente e Agricultura de Várzea Grande, José Aguiar Portela (Zito). O centro começará a funcionar no início do ano letivo de 2008
O secretário lembra que a “universidade rural” é a terceira do país a ser edificada. “Os recursos inicialmente contemplariam a construção do complexo em outro município mato-grossense. O investimento seria perdido por falta de aplicação, mas num esforço entre a secretaria e o prefeito, conseguimos redirecioná-los para Várzea Grande”, ressalta.
FLORES TROPICAIS – A comunidade rural Dorcelina Folador contabiliza inúmeros ganhos nos três últimos anos. Além de contar com um Centro de Formação que será referência para todo o segmento da agricultura familiar do Centro-Oeste, o assentamento colhe literalmente os frutos de sua dedicação. Na última segunda-feira (07.05), após lançar a universidade rural, o prefeito foi visitar o projeto Flores Tropicais, desenvolvido ao lado das obras da universidade e que já vem rendendo cifras aos agricultores.
Atualmente, as flores tropicais já estão gerando renda para 12 famílias da comunidade. O “fantasma” da falta de logística para sustentabilidade do projeto foi afastado, graças a parceria com o Sebrae/MT, que conseguiu que a empresa Flores da Chapada, estabelecida há mais de 10 anos no mercado, fosse o distribuidor da produção. “A comercialização para os pequenos produtores é sempre a parte mais complicada. Fico muito contente em saber que o projeto pelo qual o secretário Zito e o Sebrae se empenharam tanto, esteja garantindo resultados”, referendou Murilo.
No mercado, cada haste das flores tropicais é cotada a R$ 0,80, preço ao decorador, ou seja, depois de passar pelo distribuidor. As flores brotam o ano todo e as estimativas são de que este nicho cresça anualmente 30%. A durabilidade dos arranjos com hastes de flores tropicais pode cercar a até 20 dias, dependendo da irrigação.
Depois do desafio de aprender o manejo ideal das flores em pleno cerrado, de produzir com qualidade e enfrentar as dificuldades da comercialização, os agricultores se preparam para uma nova etapa: a ampliação da produção. “Agora, os conhecimentos serão aplicados de maneira individual. A produção será feita nos lotes de cada assentado. Até aqui desenvolvemos um projeto piloto”, observou o secretário Zito Portela.