O deputado Percival Muniz (PPS) afirmou que 70% dos consórcios e recursos investidos em pavimentação asfáltica em Mato Grosso estão centralizados na região do médio-norte.
As informações estão contidas num relatório encaminhado pelo secretário de Estado de Infra-estrutura, Vilceu Marchetti, ao parlamentar.
As informações extra-oficiais da Sinfra, segundo Muniz, mostram que o estado investiu quase R$ 300 milhões do Fundo Estadual de Transporte e Habitação – Fethab – nos 40 consórcios existentes em Mato Grosso.
“É uma questão grave que precisa ser levantada pela Assembléia Legislativa. As propostas eram de um por um, se o estado, por exemplo, entrasse com R$ 250 milhões, as associações entrariam com a mesma quantia, mas não é isso que está acontecendo”, observou o parlamentar.
Na análise feita por Percival Muniz, o Poder Público entrou com os recursos, mas os consórcios não. Outro ponto identificado pelo parlamentar é que no raio de 200 quilômetros da BR-163, pelo menos 60% dos investimentos foram realizados nos municípios arredores.
De acordo com Muniz, como o governador Blairo Maggi (PR) tem ainda três anos de administração, a distribuição dos recursos precisa ser feita de forma equitativa “Um exemplo é Cuiabá, que paga mais o Fethab, mas recebe menos. Falta planejamento. A centralização dos recursos causa desigualdade regional em Mato Grosso”, disse.
Em defesa do governo, o líder do Executivo na Assembléia Legislativa, deputado Mauro Savi (PR) disse que a contra-partida é feita conforme arrecadação feita pelo Fethab. “O fundo é uma arrecadação de quem produz. Quanto mais consórcio tiver e menos investimento do estado, automaticamente, o dinheiro retorna em beneficio à sociedade”, destacou.
Para Mauro Savi, o deputado Percival Muniz está equivocado em relação aos consórcios rodoviários. O município de Rondonópolis por exemplo, segundo Savi, está sendo contemplado com investimentos do governo estadual. Mas o parlamentar disse ainda que cabe a cada deputado correr atrás dos recursos para serem investidos em suas bases políticas. “O deputado tem que brigar por todo o estado e, se faz consórcio onde se tem parceiro”, destacou.