Essa foi uma das definições de uma reunião
A Associação Mato-grossense dos Municípios vai fazer um levantamento sobre a demanda de vacinas contra a covid-19 que poderão ser adquiridas por meio dos consórcios intermunicipais de saúde. Essa foi uma das definições de uma reunião realizada com a participação dos presidentes e secretários executivos dos 16 consórcios intermunicipais de saúde de Mato Grosso. O assunto vem sendo amplamente debatido no cenário nacional, considerando o agravamento da pandemia, o aumento no número de casos e óbitos, além da vacinação ainda considerada em ritmo lento no país.
O presidente da AMM, Neurilan Fraga, que conduziu a reunião, disse que o objetivo é criar mais uma alternativa para imunizar a população, caso seja confirmada a possibilidade de as aquisições serem feitas por todos os entes federados. “Ainda há uma indefinição com relação à compra suplementar pelos municípios, mas estamos já ampliando o debate sobre o assunto para esclarecer prefeitos e secretários municipais de saúde sobre essas eventuais negociações envolvendo os consórcios”, assinalou.
Fraga ressaltou que o cenário ideal é que o Governo Federal assuma o protagonismo no combate à pandemia e na aquisição de vacinas em larga escala, mas os municípios precisam estar preparados caso essa responsabilidade seja compartilhada de forma efetiva. “Sabemos que boa parte dos municípios não tem condições de adquirir as vacinas, cuja dose pode custar até 10 dólares. Por isso é preciso debater também o financiamento dessas aquisições pelos governos federal ou estadual, que dispõem de muito mais recursos financeiros para enfrentar uma situação emergencial em saúde como essa que estamos vivendo”, assinalou.
A insuficiência de recursos financeiros preocupa os prefeitos na eventual descentralização para aquisição das vacinas. O presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região do Vale do Peixoto e prefeito de Terra Nova do Norte, Pascoal Alberton, disse que 80% dos municípios não têm condições financeiras para assumir a vacinação. “O governo federal tem que parar de negar a pandemia e trabalhar para vacinar toda a população. Precisamos desse compromisso”, ressaltou.
O prefeito de Poxoréu, Nelson Paim, presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sul, sugeriu que a AMM faça o levantamento das demandas dos consórcios pelas vacinas e destacou que não acredita que todos os entes federados poderão adquirir as vacinas de imediato, enquanto não houver abertura por parte do governo federal. Paim também ponderou que “houve atraso na importação de vacinas pelo governo federal”.
A reunião também contou com a presença de Ricardo Santana, que atua em logística de distribuição de vacinas no Brasil. Segundo Santana, caso os consórcios decidam fazer as aquisições é importante adotar alguns procedimentos junto aos laboratórios, como solicitar uma carta de representação, o número do lote das vacinas e cronograma de entrega dos imunizantes.