O mundo não está mais em alerta máximo contra a pandemia (epidemia de níveis globais) da gripe A (H1N1), popularmente conhecida como suína. A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou nesta terça-feira (10) que o planeta não está em nível de alerta 6, o mais alto, mas disse que “isso não significa que o vírus H1N1 foi embora”.
– Baseados em nossas experiências com pandemias anteriores, nós esperamos que o vírus H1N1 se comporte como o da gripe comum e continue a circular por alguns anos ainda.
O surto da gripe suína, que começou em abril do ano passado, despertou controvérsias em torno da OMS e das autoridades de saúde pública. Há críticas de que houve um exagero sobre os riscos do vírus, o que teria provocado um temor desnecessário.
A OMS também foi criticada por seu sistema de alerta da pandemia (nome que é dado quando uma doença transmissível atinge uma grande área do planeta), que se concentrou na propagação geográfica do vírus e não em sua gravidade, além de supostos conflitos de interesses entre funcionários da saúde, cientistas e fabricantes de vacinas.
De acordo com a organização, não são mais registrados surtos desse tipo de gripe fora da estação, como aconteceu no ano passado. Além disso, o H1N1 deixou de ser o vírus dominante de gripe, como foi registrado antes. Muitos países relatam uma “mistura” de vírus de gripe, o que ocorre normalmente durante o período de inverno, quando as infecções pela doença aumentam.
A organização diz que, durante esse período “pós-pandêmico”, são esperados surtos da doença de diferentes magnitudes em certas áreas do mundo – em comunicado, a OMS cita um alto nível de transmissão que afeta agora a Nova Zelândia.
– As ações de autoridades de saúde na Nova Zelândia, e também na Índia, em termos de vigilância, detecção rápida, tratamento e vacinação, são um modelo sobre como outros países devem agir nesse período.
No Brasil, dados divulgados pelo Ministério da Saúde no último dia 28 mostram que o número de casos graves e de mortes pela doença vem caindo desde o início de março, em todas as regiões brasileiras.
O período entre 28 de fevereiro e 6 de março foi o que teve o maior número de casos hospitalizados neste ano – 79, ao todo. Mas, entre 11 e 17 de julho, não houve nenhum registro de casos internados pela influenza H1N1.
A mesma queda foi vista no número de mortes: 11 entre 21 e 27 de fevereiro e nenhuma entre 4 e 17 de julho. Essa redução, segundo o governo, é resultado da campanha de vacinação, que imunizou 88 milhões de pessoas contra a gripe A, entre 8 de março e 2 de junho deste ano.
Ainda segundo a análise, o número de casos graves e mortes diminuíram comparados aos do ano passado, mostrando a efetividade da vacinação no controle da doença. O Brasil vacinou 46% de sua população, à frente de outros países que também imunizaram em larga escala, como Estados Unidos (26%), México (24%), Suíça (17%), Argentina (13%), Cuba (10%), França (8%) e Alemanha (6%).