A dona de casa Rosanita Nery dos Santos, acusada de ter matado seu marido, o tenente reformado da Polícia Militar José Raimundo Soares dos Santos, foi condenada a 19 anos de reclusão em julgamento que terminou na madrugada desta sexta-feira na Bahia. Segundo o Ministério Público, ela dopou, matou a facadas, esquartejou, desossou e fritou os cerca de 100 pedaços do corpo de Soares no dia 23 de junho de 2005. Rosanita foi condenada por homicídio duplamente qualificado por motivação torpe, tomando como base os artigos 121 e 211 do Código Penal Brasileiro.
O julgamento, realizado no Fórum Ruy Barbosa, começou por volta das 8h30 da quinta-feira e foi presidido pelo juiz Cássio Miranda, titular da 1ª Vara do Júri de Comarca de Salvador. Desde o ano em que o crime aconteceu, três outros julgamentos foram adiados. Em um deles, o advogado da ré alegou problemas de saúde que a impossibilitaram de comparecer à audiência.
Rosanita e Soares viviam juntos havia 28 anos e tinham cinco filhos. Na época do acontecimento, os restos foram encontrados por policiais da 6ª Delegacia de Polícia no vão de uma escada da residência do casal, na Vila São Cosme. Ela chegou a negar o crime, afirmando que homens encapuzados haviam invadido a casa onde o casal morava e matado o marido. Segundo o MP, no entanto, as informações que ela fornecia eram contraditórias.
A razão de ter fritado os pedaços de Soares, segundo o MP, pode estar relacionada a uma vingança após uma vida conjugal de grandes humilhações. “Os próprios filhos de Rosanita afirmaram que o marido vivia humilhando a mulher”, disse a promotora representante do MP Armênia Cristina Santos”. Foi ela quem pediu a condenação da dona de casa. “Mas isso não justifica um assassinato”, continua. Segundo a promotora, Rosanita foi submetida a testes que não apontaram nenhum distúrbio psicológico, mas indicaram uma “personalidade fria”.
Durante o processo cogitou-se a ligação do ocorrido com rituais de magia negra, já que Rosanita mantinha ligações com uma mãe de santo, “mas nada que ligasse a essa suspeita ficou provado”, concluiu Armênia.
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