Conseguir uma maca no pronto socorro de Cuiabá passou a ser um desafio para os pacientes que, por sorte, conseguem atendimento. Mas a mesma maca que acolhe pode tornar-se um risco. Foi o que ocorreu com uma senhora Auria Cardoso de Oliveira de 64 anos que após ser encaminhada para Ala Vermelha do Hospital, sofreu uma brusca queda de uma maca sem proteção nas laterais e teve o quadro de saúde agravado. Foi a partir de uma denúncia que os vereadores Arilson da Silva (PT) e Ricardo Saad (PSDB) estiveram no pronto socorro para averiguar a situação.
A paciente que deu entrada hospitalfoi vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia 17 de fevereiro e não pôde ser acompanhada por familiar na Ala Vermelha, onde ficam os pacientes em estado grave. Ao ser acomodada em uma maca improvisada, a senhora caiu, bateu a cabeça e levou três pontos na testa, tendo necessidade de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no estado de coma. Ao receber a informação do agravamento da mulher, a família recorreu à Câmara de Vereadores para buscar providências e denunciar a realidade do principal centro de saúde pública da capital.
Ao ser informado sobre o caso, o vereador Arilson da Silva utilizou a tribuna da Câmara para denunciar a realidade dos pacientes que estão no pronto-socorro. O vereador Ricardo Saad chegou a destacar os problemas de infraestrutura citando o não funcionamento do elevador do hospital.
Ao final da sessão, os parlamentares foram até a unidade de saúde junto com os parentes da paciente que sofreu a queda da maca e foram recebidos por uma equipe de profissionais do PS. O caso foi explicado e os parlamentares foram levados até a Ala Vermelha onde as limitações estruturais e material foram observadas. Alguns pacientes estavam acomodados em macas improvisadas e sendo atendidos de acordo com a gravidade de cada caso. A equipe do pronto socorro legou que o local não comporta pacientes com acompanhantes e a estrutura é precária, pois faltam maiores investimentos para suprir a demanda que não vem só de Cuiabá como de todo Estado.
“Assim que recebemos a denúncia de que uma senhora entrou andandoe lúcida ao pronto socorro e agora está em estado de coma com pontos na cabeça após caiar de uma maca, viemos em loco apurar os dados. Desde a última visita que fizemos ao pronto socorro no ano passado, não observamos muitos avanços. A demanda só aumenta e as limitações são imensas. Reconhecemos os esforços dos profissionais da saúde e reforçamos o que eles reivindicam: mais investimento na Saúde de Cuiabá. É uma vergonha não termos sequer macas para acomodar os pacientes. Vamos intensificar nossa atuação para que o Executivo tome providências urgente”, afirma o vereador Arilson da Silva.
O vereador Ricardo Saad, que é médico e presidente da Comissão de Saúde na Câmara, afirma que o cenário do pronto socorro é de verdadeiro caos. “Se faltam itens básicos para o atendimento dos pacientes, diga lá os que são mais complexos. Nem o elevador estava funcionando para fazer o transporte dos internados. Falta investimento, equipe, espaço físico para acolher a população”.
Os vereadores vão continuar cobrando a Secretaria Municipal de Saúde para que o pronto socorro possa oferecer atendimento de qualidade e mais dignidade a população. Entidade como o Conselho Municipal de Saúde será acionada para ampliar linhas de ação efetiva.
Após acionar a Defensoria Pública de Mato Grosso, a paciente foi transferida para a UTI do Hospital Geral no mesmo na noite.
