quinta-feira, 21/11/2024
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Mudanças climáticas podem levar mais de 122 milhões à pobreza

A Organiza&ccedil&atildeo para a Alimenta&ccedil&atildeo e a Agricultura (FAO) das Na&ccedil&otildees Unidas alertou nesta segunda-feira (17) para a urg&ecircncia de ajudar o setor agr&iacutecola a adaptar-se &agraves altera&ccedil&otildees clim&aacuteticas, que poder&atildeo deixar mais de 122 milh&otildees de pessoas na pobreza.

Intitulado O estado da Alimenta&ccedil&atildeo e da Agricultura, um relat&oacuterio publicado nesta segunda-feira sublinha que, se n&atildeo houvesse altera&ccedil&otildees clim&aacuteticas, a maioria das regi&otildees deveria reduzir o n&uacutemero de pessoas em risco de pobreza at&eacute 2050.

Com as mudan&ccedilas no clima e se nada for feito, estima-se que entre 35 e 122 milh&otildees de pessoas entrem para a faixa de pobreza. Isto deve-se sobretudo aos impactos negativos do aquecimento global no setor agr&iacutecola.

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Os mais afetados seriam as popula&ccedil&otildees nas zonas mais pobres da &Aacutefrica subsaariana e do Sul e Sudeste Asi&aacutetico, especialmente os que dependem da agricultura para viver.

&quotA menos que sejam tomadas medidas agora para tornar a agricultura mais sustent&aacutevel, produtiva e resiliente, os impactos das altera&ccedil&otildees clim&aacuteticas v&atildeo comprometer gravemente a produ&ccedil&atildeo alimentar em pa&iacuteses e regi&otildees que j&aacute enfrentam uma alta inseguran&ccedila alimentar&quot, escreveu o diretor-geral da organiza&ccedil&atildeo, Jos&eacute Graziano da Silva, no pref&aacutecio do relat&oacuterio.

Graziano da Silva defende que a fome, a pobreza e as altera&ccedil&otildees clim&aacuteticas t&ecircm de ser abordadas em conjunto, &quotpor um imperativo moral, porque aqueles que hoje mais sofrem s&atildeo os que menos contribu&iacuteram para as altera&ccedil&otildees clim&aacuteticas&quot.

O relat&oacuterio da FAO recorda que para manter o aumento da temperatura global abaixo do teto de 2&degC, as emiss&otildees de gases de efeito estufa ter&atildeo de diminuir 70% at&eacute 2050, o que s&oacute ser&aacute poss&iacutevel com o contribui&ccedil&atildeo dos setores agr&iacutecolas.

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Estes setores s&atildeo respons&aacuteveis por, pelo menos, um quinto de todas as emiss&otildees, principalmente devido ao desmatamento para converter florestas em terra cultivada e tamb&eacutem devido &agrave pecu&aacuteria e &agrave produ&ccedil&atildeo agr&iacutecola.

Divulga&ccedil&atildeo/IPHAN

Setores agr&iacutecolas precisam reduzir as emiss&otildees de gases de efeito estufa e aumentar a produ&ccedil&atildeo de alimentos

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No entanto, escrevem os autores, os setores agr&iacutecolas enfrentam um duplo desafio: reduzir as emiss&otildees de gases de efeito estufa ao mesmo tempo e aumentar a produ&ccedil&atildeo de alimentos para saciar uma popula&ccedil&atildeo crescente e cada vez mais rica.

Estima-se que a procura global por alimentos em 2050 seja pelo menos 60% maior do que em 2006, mas o crescimento populacional ser&aacute concentrado nas regi&otildees onde hoje j&aacute h&aacute maior preval&ecircncia de subnutri&ccedil&atildeo e maior vulnerabilidade &agraves altera&ccedil&otildees clim&aacuteticas.

Foco nos pequenos propriet&aacuterios

O relat&oacuterio reconhece que reformular a agricultura e os sistemas alimentares ser&aacute um processo complexo, devido ao vasto n&uacutemero de partes envolvidas, &agrave multiplicidade dos sistemas agr&iacutecolas e de produ&ccedil&atildeo alimentar e &agraves diferen&ccedilas nos ecossistemas.

No entanto, alerta, os esfor&ccedilos t&ecircm de come&ccedilar agora, porque os impactos das altera&ccedil&otildees clim&aacuteticas s&oacute piorar&atildeo com o tempo e se nada for feito os pa&iacuteses mais pobres ter&atildeo, no futuro, de enfrentar simultaneamente a fome, a pobreza e as mudan&ccedilas clim&aacuteticas.

Nas v&eacutesperas da 22&ordf Confer&ecircncia das Partes da Conven&ccedil&atildeo-Quadro das Na&ccedil&otildees Unidas sobre Altera&ccedil&otildees Clim&aacuteticas, que come&ccedila em 7 de novembro em Marrocos, o relat&oacuterio sublinha que o sucesso da transforma&ccedil&atildeo da agricultura depende em grande medida da ajuda aos pequenos propriet&aacuterios na adapta&ccedil&atildeo &agraves mudan&ccedilas clim&aacuteticas.

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Estima-se que haja, nos pa&iacuteses em desenvolvimento, cerca de 475 milh&otildees de fam&iacutelias de pequenos propriet&aacuterios que produzem em contextos socioecon&ocircmicos e condi&ccedil&otildees agroecol&oacutegicas muito distintas, por isso n&atildeo existe uma s&oacute resposta.

No entanto, a FAO descreve no relat&oacuterio algumas formas &quotalternativas e economicamente vi&aacuteveis&quot de ajudar os agricultores a se adptarem e especificamente a partir da ado&ccedil&atildeo de pr&aacuteticas inteligentes, como o uso de variedades de culturas eficientes na fixa&ccedil&atildeo de nitrog&ecircnio e tolerantes ao calor.

A ado&ccedil&atildeo generalizada de pr&aacuteticas nitrog&ecircnio-eficientes, por exemplo, permitiria reduzir em mais de 100 milh&otildees o n&uacutemero de pessoas em risco de subnutri&ccedil&atildeo, estima o relat&oacuterio.

Com informa&ccedil&otildees da Ag&ecircncia Lusa.

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Parmenas Alt
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