Febre oropouche, transmitida por mosquito pólvora, foi identificada no Brasil pela primeira vez em 1960
A confirmação de 68 casos de febre oropouche em apenas uma semana em Minas Gerais deixou a Secretaria Estadual de Saúde em alerta para a doença que já é considerada um surto no Amazonas neste ano. Entre os mineiros, o número de pessoas infectadas subiu de quatro para 72 em sete dias.
O cenário também preocupa a população, que busca entender o avanço da doença pelo Brasil. Especialistas consultados pelo R7 acreditam que o aumento na transmissão do vírus pode estar relacionado com as mudanças climáticas.
“Um desequilíbrio na natureza, mudanças climáticas, desmatamento. Essas alterações estão fazendo com que algumas doenças que já existiam apareçam com mais frequência”, aponta Luiz Wellington Pinto, infectologista e professor do curso de medicina da faculdade de Ciências Médicas.
“Diferente do mosquito da dengue, que gosta de água limpa, o mosquito pólvora reproduz tanto na água limpa quanto na água suja, folhas, pedaços de fruta”, destaca o médico.
Um estudo realizado pelo Laboratório de Parasitologia do Butantã e publicado em 2017 na revista PLoS Neglected Tropical Diseases já apontava que as alterações climáticas poderiam ampliar a área de distribuição da febre Oropouche e outras doenças como a Mayaro (MAYV), Rocio (ROCV) e o vírus da encefalite de Saint Louis (SLEV). Todas elas são ligadas a vírus transmitidos por mosquitos.
A febre oropouche é transmitida pelo mosquito pólvora, que se parece com um pernilongo, mas em cor marrom. “Os primeiros relatos dessa febre foram na época de 1960 quando começaram a construir a rodovia Belém – Brasília. Hoje tem vários casos em outros locais do Brasil e em outros países, como Venezuela, Colômbia, Peru”, ressalta o médico Luiz Wellington Pinto.
Fonte:R7