A perspectiva de um cenário de demanda maior que a oferta nos próximos meses e a conseqüente recuperação das cotações — especialmente após a implantação dos leilões para equalização de preços ao produtor (Pepro) estão dando um novo alento às vendas de algodão em Mato Grosso.
Depois de reduzirem em cerca de 30% a área plantada com o produto na atual safra, os cotonicultores aproveitam o bom momento não só para acelerar os negócios no mercado interno como para fechar contratos de exportação para os próximos anos.
De acordo com o presidente da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Sérgio De Marco, os produtores do Estado negociaram até meados deste mês cerca de 250 mil toneladas (t) de algodão em pluma nos contratos de exportação para 2007 e, 100 mil/t, para 2008. No total, a venda antecipada já chega a 350 mil/t de pluma.
Além do volume, chama a atenção o ritmo acelerado dos negócios. Por conta dos baixos preços adotados em 2005, os contratos antecipados para exportação em 2006 só começaram a ser fechados em abril, mas foram acelerados em maio, junho e julho.
As cotações do algodão na Bolsa de Nova York, que servem de referência para a exportação, acumulam alta de 32% nos últimos 12 meses. Quase metade desse avanço ocorreu em dezembro e janeiro, quando os contratos para 2007 começaram a ser feitos.
“O produtor toma por base comercializar a safra com antecedência para poder utilizar esses contratos como proteção do custo de produção”, explica o diretor executivo da Ampa, Décio Tocantins.
Segundo ele, as exportações são contratadas com antecedência porque servem também como garantia na busca de financiamento junto às empresas de insumos para garantir o plantio da próxima safra, que começa no mês de dezembro.(MM)