O Ministério Público Federal (MPF) abriu procedimento, para investigar a denúncia de que nove estudantes se matricularam ilegalmente no Curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio do sistema de cotas para negro e de alunos de escolas públicas.
A denúncia foi protocolado no último dia 31 de janeiro pelo ativista do movimento negro Vinicius Brasilino. Ele também denunciou o caso na Ouvidora da UFMT, que abriu também procedimento administrativo para verificar a procedência da denúncia.
O MPF, de acordo com assessoria, ressaltou que a suposta fraude no sistema de contas raciais foi transformada em “Notícia de Fato”, e encaminhada “para o Ofício de Cidadania, onde a denúncia será apurada”. O procedimento é o primeiro passo antes de abrir inquérito para investigar mais afundo o caso.
Brasilino declarou que o recebimento da denúncia já era uma situação esperada pelo movimento negro. Reforçou que o caso é grave e que cabe agora às investigações das autoridades competentes confirmarem a situação.
Ele também aguarda a conclusão dos trabalhadores de uma “comissão secreta” da UFMT que, na semana passada, convocou todos os estudantes denunciados para fazer a checagem “dos fenótipos”, quando a comissão verificou a cor e as características físicas dos denunciados.
Segundo Brasilino, quem não se enquadrar no que é estabelecido pelas cotas terá vaga indeferida pela UFMT, no entanto, o estudante ainda terá direito de recorrer do processo.
A denúncia ao MPF também contou com a participação do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Conselho de Ações Afirmativas da UFMT, além de outros movimentos sociais.
Nas redes sociais, Brasilino postou fotos dos estudantes que, supostamente, teriam fraudado o sistema de cotas. Na lista dos candidatos que se declaram negros, partos, indígenas, que independente da renda, estudaram o ensino médio em escolas públicas, consta o nome de uma jovem branca, com traços asiáticos.
Ele ressaltou também que tem sofrido ameaças por ter denunciado a suposta fraude.
“Mas eu não tenho medo de questionar, denunciar e tornar público. A sociedade precisa ver que isso. Não é brincadeira. Essa cota não é de conveniência é uma reparação histórica”, enfatizou o ativista social. A polícia investiga quem cometeu a imprudência que resultou na morte de uma pessoa.
Fonte:RepórterMT