O procurador da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar, pediu a quebra de sigilo bancário do ex-assessor da Presidência da República, Freud Godoy, e do ex-coordenador da campanha de Aloízio Mercadante, Hamilton Lacerda, homem que aparece carregando a mala e as sacolas nas imagens do hotel Ibis, em São Paulo, onde foram presos Valdebran Padilha e Gedimar Passos.
Avelar também pediu os registros de todas as operações de compra e venda de ações. Segundo ele, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) possui todos os registros de operações feitas em Bolsas de Valores.
Avelar quer apurar uma informação veiculada pela imprensa de que Freud teria sacado R$ 150 mil em dinheiro em setembro deste ano por meio da empresa Caso.
Quanto às investigações da Polícia Federal sobre a origem do R$ 1,7 milhão, a ser utilizado na compra do dossiê anti-tucanos, a corporação admitiu ontem que ainda não tem prova material que sustente a principal linha do inquérito, a que supõe a ilegalidade do dinheiro.
“Estamos fazendo diligências em diversos estados, quais são não posso dizer, visando a comprovação da materialidde da origem deste dinheiro e da autoria das pessoas que participaram ativamente deste processo do dossiê”, disse o superintendente da PF em Mato Grosso, Daniel Lorenz.
Ainda segundo Lorenz, esta é uma das muitas teses com as quais a PF trabalha com a “mente aberta”, inclusive a de que o dinheiro veio do jogo do bicho, conforme a apontou “os senhores” da imprensa, a qual também não se confirmou por meio de provas materiais.
Sempre questionado sobre a demora da PF em dar uma satisfação pública quanto ao dossiê, ele diz que o trabalho está sendo feito com “os melhores homens e equipamentos” da corporação.
De acordo com Lorenz, esta semana será marcada pelo depoimento ontem prestado pelo ex-presidente do PT, Ricardo Berzoini, em Brasília, no inquérito do dossiê, e do empresário Abel Pereira, em Cuiabá, em inquérito próprio, provavelmente na quinta-feira.
Ontem, em quase duas horas com a PF, Berzoini foi mais um a negar envolvimento com a negociata do dossiê. E não acrescentou informações significativas que ajudem nas investigações.
Já o advogado de Pereira em Cuiabá, Newman Lopes, ainda não sabe se seu cliente depõe na quinta-feira, como está sendo ventilado, ou se na próxima semana. Pereira é acusado de receber propina para liberar recursos do Ministério da Saúde, quando o ministro era Barjas Negri, atual prefeito de Piracicaba, ao qual é ligado. “Estamos esperando o delegado chegar”, explica Lopes, que vai pedir à PF documentos para conhecer o conteúdo das declarações Luiz Antônio Vedoin, dono da Planan, contra Pereira.
fonte:dc