O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, foi escalado pelo procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, para atuar nas investigações do ataque de dois atiradores na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, que terminou com dez mortos e 11 feridos anteontem.
A escolha de promotores especializados para o caso é explicada pela suspeita de que um grupo criminoso pode ter atuado com a dupla, diz Smanio, e colaborado com “crimes relacionados a terrorismo doméstico”. Um fórum que espalha ódio e se esconde nas profundezas da internet deve ser alvo da apuração.
“Faremos uma investigação ampla em todas as linhas para saber como eles (os atiradores) tiveram acesso às armas, se há um grupo que atua com eles, se há uma rede de comunicação entre eles, as motivações e a forma do crime”, afirmou Smanio. “Não descartamos nada. Se tiver outras pessoas envolvidas, vamos alcançá-las.”
O Ministério Público vai atuar com o núcleo de investigações cibernéticas do Gaeco para averiguar os contatos mantidos pela internet por Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, e pelo adolescente G.T.M., de 17 anos, responsáveis pelo ataque. Entre os vários elementos semelhantes do ataque na escola em Realengo, em 2011, com o de Suzano, um deles parece puxar um fio de conexão mais robusto.
Os criminosos dos diferentes casos foram exaltados como heróis em fóruns da chamada dark web. Trata-se de uma parte da internet que conta com um sistema de acesso específico que busca dificultar a identificação e os rastros dos seus usuários por meio de ferramentas como criptografia e embaralhamento de IPs, espécie de “CEP” do usuário na rede.
Entenda a dark web
Área obscura da internet’ pode ter sido usada por atiradores