Os motoristas de ônibus de Cuiabá e Várzea Grande anunciam o indicativo de greve a partir de 07 de junho, por tempo indeterminado, alegando falta de reajuste salarial e plano de saúde para os profissionais.
À imprensa, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários da Baixada Cuiabana (Sintrobac), Ledevino Conceição disse que aguarda este prazo, solicitado pelos vereadores, para que eles busquem diálogo com empresários do setor e o prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (PMDB).
O presidente do sindicato afirmou que a categoria exige aumento salarial de 15% e convênio para os profissionais. O último reajuste que ocorreu ano passado foi de 5%, abaixo do que a categoria exigia. Atualmente o salário dos motoristas é de R$ 2.180, para jornada de 7 horas e se o reajuste reivindicado for aceito passará para R$ 2.507.
?Os trabalhadores precisam recorrer ao SUS [Sistema Único de Saúde] para se tratarem, pois com o salário deles, é impossível pagar plano ou consulta particular. Já tem 31 anos que o sindicato foi criado e desde então a entidade reivindica o plano?, reclama Ledevino.
De acordo com Ledevino, a proposta apresentada pela diretoria da Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU) é oferecer o convênio de saúde somente para o profissional, sem incluir dependentes e com isso retirar outros benefícios dos trabalhadores. Além disso, para este ano não há previsão de nenhum reajuste salarial.
?Nem o reajuste anual que temos direito eles querem conceder. Para oferecer o plano, eles querem tirar o plano funeral que cobre seguro de vida e o fundo social. Além disso, o plano de saúde que eles oferecem é somente para o trabalhador, não inclui dependentes?, disse o presidente do Sintrobac que considera a proposta inviável.
O Sintrobac se reuniu com vereadores na Câmara de Cuiabá, na terça-feira (30) e os parlamentares pediram um prazo de uma semana para dialogarem com empresários e buscarem apoio do prefeito no intuito de evitar a greve.
?Nós estamos abertos a negociações, estamos buscando as autoridades porque não queremos a greve, mas se nada for resolvido vamos entrar em greve por tempo indeterminado?, afirmou.
Prejuízos
De acordo com o presidente do Sintrobac, caso a categoria entre em greve, os prejuízos podem chegar a R$ 1 milhão ao dia, pois na Baixada Cuiabana circulam cerca de 300 mil passageiros ao dia, ao custo de R$ 3,60 a passagem ? nos dois municípios ? e o intermunicipal, que faz o traslado entre Cuiabá e Várzea Grande por R$ 4.
Ao todo, atuam cerca de 2,500 trabalhadores na região metropolina e circulam 360 coletivos em Cuiabá e 200 em Várzea Grande.
Outro lado
Os empresários alegam que não têm recursos para aumentar os salários, pois não possuem fluxo de caixa já que este ano não houve aumento do transporte municipal, somente o intermunicipal que teve reajuste de R$ 0,40 e passou no início de maio de R$ 3,60 para R$ 4.