O ex-ministro e pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) está protagonizando um vídeo que viralizou nas redes sociais nesta segunda-feira (27), em que ele aparece desafiando o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, Paraná, a prendê-lo.
No trecho que viralizou, Ciro Gomes diz que se o juiz responsável pelas ações penais da Operação Lava Jato em primeira instância tentar prendê-lo, terá sua "turma" recebida "na bala", caso o ex-ministro não tenha cometido nada errado.
Assim como quase todas as declarações que ganham repercussão nas redes sociais, o vídeo com Ciro foi retirado do seu contexto. O trecho de nove segundos integra uma entrevista de 44 minutos, em que o pré-candidato fala ao jornalista Luis Nassif sobre diversos assuntos.
Uma das pautas levantadas pelo político é o mandado de condução coercitiva contra o blogueiro Eduardo Guimarães, que edita o Blog da Cidadania, em São Paulo. Na semana passada, Guimarães foi levado para depor por ordem de Sérgio Moro.
Foi esse o episódio que fez Ciro citar o juiz. No contexto, o político vinha comentando a respeito de "justiçamento midiático". "Alguma coisa nós precisamos corrigir. Num primeiro momento, eu sou a favor do enfrentamento. Dos políticos, nós políticos &ndash e daí é preciso não ter &39rabo de palha&39 &ndash denunciando", afirma o pedetista.
"E a gente tem que levantar a voz", continua. "Hoje esse Moro resolveu prender um blogueiro. Ele que mande me prender, que eu vou receber a turma dele na bala, se eu não tiver cometido nada errado", declarou.
"Não podemos nos acovardar"
Essa não foi a primeira vez que o político criticou a atuação de Moro na Operação Lava Jato. No ano passado, ele afirmou que, caso Lula fosse preso, poderia sequestrar o ex-presidente e levá-lo a uma embaixada com pedido de asilo para que, assim, o ex-presidente pudesse se defender "de forma plena e isenta".
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Em entrevista publicada nesta segunda pela Folha de S.Paulo, Ciro Gomes explicou sua fala, dizendo que "no momento em que o País passa por um golpe de Estado, não podemos nos acovardar diante do autoritarismo".