LA PAZ (Reuters) – Dos Andes à Amazônia, bolivianos começaram a votar no domingo o referendo revogatório que o presidente Evo Morales espera vencer, mas o resultado não deverá diminuir as disputas amargas com seus oponentes da direita.
Governadores regionais que se opuseram à agenda de esquerda de Morales também vão ter de enfrentar a votação e podem ser eliminados. Uma surpreendente derrota de Morales o forçaria a promover novas eleições no país rico em gás natural.
Morales, um ex-cocaleiro que é o primeiro líder indígena da Bolívia, espera uma vitória que possibilite o relançamento de reformas incluindo nacionalizações, a reforma agrária e a nova constituição que pretende dar mais poder aos pobres.
“Nós queremos mudança. Por isso, nós votamos para Evo”, disse o mecânico de carros Daniel Ibanez, na fila para votação em uma escola na favela de El Alto. “Nós podemos realmente sentir a mudança. Os governadores de direita não vão deixá-lo governar.”
Mas na Bolívia tomada por protestos pró e contra o governo, intensificados por divisões raciais e econômicas, poucos acreditam que o referendo vá restaurar a tranqüilidade no país mais pobre da América do Sul.
A campanha tem sido tensa e observadores temem que polêmicas sobre as regras da votação possam gerar protestos violentos. Morales precisa de 46,3 por cento dos votos, mas oito governadores regionais precisam de mais de 50 por cento para manter seus cargos.
Pesquisas mostram que Morales mantém a popularidade alta.
“Se eles nos ratificarem… a primeira coisa que eu vou fazer é marcar uma reunião com todas as autoridades que foram ratificadas, ou novas autoridades, para chegar a um consenso,” disse Morales no sábado, após jogar futebol na região de Chapare.
Ele também vai procurar aprovar sua nova constituição.
A oposição a Morales se concentra em quatro regiões com vastos campos de gás natural e rica agricultura. Os governadores pedem maior autonomia.
Morales enfrenta adversários em votação na Bolívia
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