A Polícia Federal tem o prazo de 30 dias para a análise; HD externo tem mais de 1.500 arquivos com ação de extremistas
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou à Polícia Federal, na noite de ontem terça-feira (9), que analise, em até 30 dias, as imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto com as ações dos extremistas em 8 de janeiro. A PF deve avaliar “todo o material existente” em um HD externo da Presidência da República, com 1.557 arquivos em 33 pastas.
No total, os itens têm 625 gigabytes de memória. Moraes determinou também o envio à Polícia Federal de dados preliminares da sindicância aberta pelo GSI para investigar a conduta dos militares.
O ministro determinou, no fim de março, a quebra de sigilo da divulgação das imagens de 8 de janeiro. Os vídeos do Planalto estavam sob posse do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que havia determinado sigilo sobre os arquivos.
As imagens registraram o então ministro do GSI, Gonçalves Dias, ao orientar os invasores. O episódio levou à demissão de Dias do cargo.
Na decisão de divulgação dos vídeos, Moraes alegou que “inexiste sigilo das imagens, com base na Lei de Acesso à Informação” e, “em situações excepcionais, a Administração Pública tem o dever de absoluta transparência na condução dos negócios públicos”.
Na mesma determinação, o ministro pediu, ainda, ao chefe interino do GSI, Ricardo Cappelli, que informasse o nome de todos os servidores — civis e militares — que aparecem nas imagens e quais providências foram tomadas pela pasta contra eles. Cappelli atendeu ao pedido e enviou o documento ao STF, que está sob sigilo.
Depoimento de Gonçalves Dias
O ex-ministro do GSI foi interrogado pela Polícia Federal em 21 de abril. Ao R7, ele afirmou que o depoimento vai contribuir para esclarecer os fatos e mostrar que ele não teve responsabilidade nos atos extremistas de 8 de janeiro.
“O comparecimento à sede da Polícia Federal é, para mim, uma grande oportunidade de esclarecer os fatos que têm sido explorados na imprensa. Confio na investigação e na Justiça, que apontarão que eu não tenho qualquer responsabilidade, seja omissiva ou comissiva, nos fatos do dia 8 de janeiro”, declarou Dias.
R7