O lançamento de mísseis da milícia xiita libanesa Hezbollah contra localidades do norte de Israel matou três pessoas hoje, segundo informaram a imprensa local e os serviços de emergência. Outras 42 pessoas ficaram feridas no ataque, uma das quais foi transferida em estado grave ao hospital Rambam, na cidade de Haifa.
Os mísseis deixaram hoje um saldo de mais de cem feridos em Israel. Na quinta-feira, oito civis já haviam morrido em bombardeios semelhantes, aumentando o total de mortos para 29 desde o início das hostilidades, em 12 de julho.
Libaneses mortos
Pelo menos 28 pessoas morreram e outras 17 ficaram feridas nesta sexta-feira, em um bombardeio israelense contra o prédio da alfândega libanesa em Qaa, uma localidade da fronteira sírio-libanesa, segundo balanço da Defesa Civil libanesa. As imagens transmitidas pela rede de televisão “Al-Jazeera” mostram um cenário aterrorizante. Os corpos aparecem envoltos em uma camada cinza, sinal de que os projéteis usam fósforo branco, um elemento químico proibido pela lei internacional.
Outros ataques de hoje já deixaram 22 mortos em diferentes pontos do Líbano, em um dos dias mais sangrentos desde o início dos conflitos, em 12 de julho. Segundo a rede de televisão “Al-Jazeera”, pelo menos 17 pessoas teriam morrido em um ataque aéreo israelense contra um edifício na cidade de Taiba, perto de Tiro, na fronteira com Israel. Além disso, cinco civis morreram em ataques contra quatro pontes e viadutos na região norte de Beirute, de maioria cristã.
Ataques isolam o Líbano
Quatro pontes, essenciais para o tráfego entre o Líbano e a Síria, foram bombardeadas pela Força Aérea israelense em uma zona que até agora não havia sido atacada. Quatro civis libaneses morreram e outros 15 ficaram feridos nos bombardeios. A destruição dessas pontes dificulta muito a circulação em direção à fronteira síria, já que a passagem tradicional na estrada Beirute-Damasco está cortada pelo constante bombardeio aos arredores do posto fronteiriço de Masnaa, no leste do Líbano.
Além disso, durante toda a noite aviões de combate israelenses atacaram duramente os bairros da zona sul de Beirute, reduto do grupo xiita libanês Hezbollah. Ontem à noite, o secretário-geral Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah, ameaçou bombardear Tel Aviv se os israelenses atacassem a capital libanesa.
Combates no sul
Quatro militares israelenses foram mortos e vários outros ficaram feridos em combates nesta sexta-feira no sul do Líbano, informou a rede de televisão árabe Al-Jazeera. Os militares foram mortos por disparos de mísseis lançados pelo movimento xiita libanês Hezbollah na região de Markaba, no sul do Líbano, informou a Al-Jazeera citando seu correspondente.
Segundo a imprensa israelense, o Governo de Ehud Olmert está divido sobre o alcance da ofensiva militar. Para o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, as operações devem se estender até o rio Litani, a 30 quilômetros da fronteira, enquanto para o primeiro-ministro devem se limitar às regiões mais próximas de Israel.
Paz pela diplomacia
O presidente da França, Jacques Chirac, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, chegaram hoje a um consenso sobre a necessidade de se obter um acordo sobre uma resolução no Conselho de Segurança da ONU. Chirac pediu que “todos os esforços” sejam feitos para que se possa chegar o mais rápido possível a “um cessar-fogo” referendado pela ONU.
A secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, disse ontem à noite que se avança em direção a uma solução por “etapas”, em uma aparente aproximação em direção às posições da França e de outros países europeus. A solução passaria primeiro pelo fim das hostilidades e se basearia no “estabelecimento de princípios muito importantes sobre os meios para seguir em frente”, disse Rice em um programa da rede “CNN”.
A ofensiva israelense contra o Hezbollah no Líbano deixou pelo menos 955 mortos e cerca de 3.000 feridos, depois de 24 dias de guerra, segundo um balanço estabelecido a partir de fontes libanesas. Além disso, os conflitos deixaram 913.760 refugiados no Líbano, dos quais 220.000 abandonaram o território libanês, segundo o governo Libanês.