Com o objetivo de deixar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à vontade para compor o ministério do seu segundo mandato, um grupo de ministros que integram a coordenação de governo está articulando uma demissão coletiva, a ser concretizada já no início de dezembro. A iniciativa terá caráter simbólico, apenas para evitar constrangimentos de Lula durante a montagem de sua equipe – que dependerá das negociações com outros partidos, sobretudo o PMDB, para compor a base aliada do governo.
A possibilidade de saída coletiva foi confirmada por um ministro ao jornal O Estado de S.Paulo. “Existe uma idéia em debate para que todos ponham o cargo à disposição”, declarou. Porém o titular da pasta das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que “a renúncia coletiva não é necessária” e disse que o ato poderia parecer uma “ambição pessoal ou pressão” de ministros que pretenderiam seguir nos cargos.
Furlan sinaliza saída; Gerdau é cotado
A possbilidade de renúncia coletiva está sendo discutida por ministros diretamente com a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Um dos ministros que pode deixar o governo a partir de 2007 é o titular do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Ontem, em Washington, nos Estados Unidos, ele sinalizou ao jornal Folha de S.Paulo que estaria de saída. O nome mais cotado para substituí-lo é do do empresário Jorge Gerdau.
“Tenho meu compromisso até 31 de dezembro. A possibilidade é continuar o meu trabalho no setor privado. Não vou indicar (um sucessor). O presidente conhece mais do que eu os nomes possíveis. Provavelmente ele já fez algumas sondagens”, disse Furlan, durante almoço com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutiérrez.
Pelo menos outros dois ministros – Gilberto Gil, da Cultura, e Márcio Thomaz Bastos, da Justiça – já afirmaram publicamente que poderão deixar os cargos.
Redação Terra