quinta-feira, 07/11/2024
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Ministro israelense critica expulsão de diplomata do Reino Unido

A expulsão de um diplomata israelense no Reino Unido, anunciada nesta terça-feira (23) pelo chanceler britânico, David Milliband, em decorrência do uso de passaportes britânicos falsos durante o assassinato de um palestino em Dubai, causa ampla repercussão em Israel.

De acordo com o jornal “Haaretz”, o ministro das relações exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, disse que lamenta a decisão britânica. “Nós atribuímos grande importância às nossas relações com o Reino Unido”, indicou o israelense. “Nunca recebemos provas do envolvimento de Israel neste caso”, acrescentou.

Ainda segundo o “Haaretz”, o membro do Parlamento israelense Aryeh Eldad afirmou que Israel deveria retaliar na mesma medida, expulsando um diplomata do Reino Unido em Israel. “Eu acho que os britânicos estão agindo de forma hipócrita, quem são eles para nos julgar sobre a guerra ao terror?”, questionou.

Para o ministro de segurança pública israelense, Yitzhak Aharonovitch, a medida foi “equivocada”. “O governo britânico tomou a decisão errada. Estou surpreso por este anúncio e não sei qual é o diplomata que será expulso”, disse ao jornal “Jerusalem Post”.

O embaixador de Israel no Reino Unido, Ron Prosor, afirmou nesta terça-feira que está “decepcionado” com a decisão do governo britânico de expulsar um de seus diplomatas pelo uso de passaportes falsos britânicos no assassinato de um comandante do grupo palestino islâmico Hamas, Mahmoud Al Mabhouh, em Dubai, em janeiro passado.

Israel não nega ou confirma envolvimento no crime, mas o ministro de Relações Exteriores britânico, David Milliband, disse estar certo da participação do país.

Prosor afirmou, contudo, que está comprometido com uma relação “de mútua importância”.

Morte

Mabhouh, um dos fundadores do braço militar do Hamas, foi encontrado morto em seu quarto em um hotel de Dubai no último dia 20 de janeiro, um dia após sua morte. Até então, a polícia de Dubai revelou que 26 pessoas –20 homens e 6 mulheres– são suspeitos de serem os responsáveis pelo assassinato e acusa o Mossad, o serviço secreto israelense.

Eles utilizaram 12 passaportes britânicos, seis irlandeses, quatro franceses, um alemão e três australianos para deixar o país após o crime –o que causou uma saia justa entre os países europeus, que alegam falsificação dos documentos, e Israel. O governo australiano revelou que um quarto australiano está sendo investigado por suposto vínculo com o crime.

Milliband discursou nesta terça-feira diante do Parlamento britânico e disse que não há dúvidas de que Israel está envolvido no assassinato de Mabhouh. Em discurso no Parlamento, o chanceler britânico afirmou que o diplomata, cujo nome não foi revelado, foi expulso após a conclusão de uma investigação sobre o uso dos passaportes falsificados.

Segundo o jornal britânico “Daily Telegraph”, o diplomata é o representante do serviço secreto de Israel, o Mossad. O jornal, que também não revela o nome do israelense, diz que ele já foi notificado e deveria deixar Londres antes mesmo do anúncio.

Relação

O Reino Unido chegou a expulsar um diplomata israelense em 1988, por envolvimento em um caso de espionagem. Arie Regev foi descrito à época como agente do Mossad.

Israel foi o terceiro maior mercado de exportação no Oriente Médio do Reino Unido em 2007, com comércio bilateral no valor de US$ 4,5 bilhões, segundo números da agência de promoção de investimento britânica.

As relações bilaterais, contudo, foram prejudicadas por uma série de assuntos recentes, como ameaças de prisão de políticos israelenses em visita ao Reino Unido devido a crimes de guerra em Gaza e a publicação de um guia britânico aos supermercados, que pede a especificação de quais produtos da Cisjordânia vieram de fazendas palestinas ou de assentamentos judaicos.

Com France Presse e Associated Press

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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