Ele havia destinado R$ 127 milhões em emendas para sete cidades do Estado. Palácio pediu explicações
O Palácio do Planalto repreendeu o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, após a divulgação de que ele havia destinado R$ 127 milhões em emendas para sete cidades do Mato Grosso.
O Estado é o reduto eleitoral de Fávaro.
O ministro foi instado a prestar explicações ao Planalto.
Fávaro argumentou que estava criando um novo programa na pasta e que as emendas serviriam para tirar o plano do papel.
A declaração irritou ainda mais o Governo, porque Fávaro não submeteu nenhuma ideia para avaliação da Casa Civil.
A destinação das emendas ocorreu no fim de junho, época em que o Planalto buscava todos os meios para azeitar a relação com a Câmara, antes da votação de pautas econômicas, como a reforma tributária e o arcabouço fiscal.
A insatisfação com Fávaro foi vocalizada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (1º).
“Não acho justo que um ministro que não teve um voto, não fez concurso público para ser ministro, mande R$ 150 milhões para sete municípios do Estado dele usando o mesmo orçamento que vocês chamavam de secreto ontem”, disse Lira.
A Agricultura possui R$ 416 milhões para gastar em emendas do tipo RP2, que, anteriormente, eram identificadas como as emendas de relator do orçamento secreto.
Fávaro não revogou a destinação dos valores para as cidades de Mato Grosso.
Pelo contrário. O ministro fez novos empenhos e totaliza R$ 227,5 milhões aplicados nessa categoria.
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