O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, prevê que o país criará mais de 3 milhões de empregos com carteira assinada em 2011 e atingirá a marca de 10 milhões de novas vagas ao longo do próximo governo, superando o desempenho recorde dos últimos anos.
– Eu acho que ano que vem tende a ser melhor do que 2010. Este ano eu prevejo bater com 2,5 milhões [de vagas formais] e estou prevendo 2011 com mais de 3 milhões.
A poucos dias do primeiro turno da eleição presidencial, com chances de vitória da candidata governista, Dilma Rousseff (PT), Lupi alerta, contudo, que o grande desafio do Brasil será suprir a falta de trabalhadores. Segundo Lupi, os problemas não se limitam mais apenas à mão de obra qualificada, já atingindo, por exemplo, funções mais simples da construção civil.
Para lidar com o problema, segundo ele, é necessário a criação de uma “cultura da qualificação”, principalmente para vagas menos especializadas, esforço que deve ser liderado pelo setor privado.
A empresa é a grande beneficiária disso. Por que só o governo tem de qualificar?
O Brasil gerou 8,6 milhões de empregos formais desde 2007, marca recorde alavancada por um ciclo de forte crescimento econômico. A taxa de desemprego, que está atualmente em mínimas históricas, fechou julho em 7,1%.
A continuidade da expansão econômica, aliada a estímulos como obras de infraestrutura e investimentos relacionados à Copa do Mundo e às Olimpíadas devem contribuir para levar essa taxa a 5,5% até 2014, previu Lupi.
– Toda a cronologia, toda a organização da própria sociedade está começando a colher os frutos daquilo que plantou.
Nesse contexto, Lupi descarta a necessidade de se promover uma desoneração da folha de pagamentos, medida que foi cogitada pela equipe do ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas não chegou a avançar.
– Não é a solução.
Lupi acrescentou que desonerações necessariamente causariam cortes de benefícios para os trabalhadores, como auxílio desemprego.
Thomson Reuters