Edmundo González Urrutia será ouvido por supostos crimes de ‘usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, associação para cometer crimes e conspiração’
O candidato da oposição será ouvido por supostos crimes de “usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, instigação à desobediência às leis, crimes de informática, associação para cometer crimes e conspiração”, detalha o texto.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro reeleito com 52% dos votos, enquanto a oposição, liderada por María Corina Machado, alega que seu candidato venceu com 67% dos votos, segundo as cópias das atas divulgadas na Internet. O chavismo alega que elas são “forjadas”.
Em 5 de agosto, a Procuradoria Geral da República anunciou uma investigação contra Urrutia e Machado por “instigação à insurreição”, entre outros crimes, após publicarem uma carta nas redes sociais, na qual pediram ao Exército que cessassem a “repressão” aos protestos e se afastassem de Maduro.
O procurador-geral Tarek William Saab considera González Urrutia e a líder da oposição responsáveis pelos atos de violência nos protestos que deixaram 27 mortos – dois deles militares -, quase 200 feridos e mais de 2.400 presos.
Em resposta a um recurso de Maduro, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) validou na quinta-feira os resultados e acusou González Urrutia de “desacato” por se recusar a comparecer às audiências do “processo de perícia” do material eleitoral. O tribunal anunciou que enviaria sua decisão a Saab para “sanções”. “Terá que dar as caras”, enfatizou o promotor na sexta-feira.
A convocação de González Urrutia ocorre em um momento de descrédito internacional depois que o TSJ, acusado de servir a Maduro, validou sua reeleição. Os Estados Unidos, o principal diplomata da União Europeia e 10 países latino-americanos rejeitaram a decisão na sexta-feira.
Washington havia considerado que era “o momento” para o chavismo governista e a oposição “iniciarem conversas sobre uma transição política”, pouco antes de o Ministério Público anunciar que convocaria o candidato da oposição. O ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, chamou as reações de “um ato inaceitável de interferência”.
González Urrutia está escondido desde 30 de julho, quando participou de uma manifestação da oposição. Ele tem se limitado a publicações nas redes sociais. Maduro pediu a prisão dele e de Machado.
*Com informações da AFP- JovemPan