Acusações de corrupção são referentes aos anos em que ela foi presidente e de crimes cometidos durante o governo de seu marido, Néstor Kirchner; julgamento começou em 2019
O Ministério Público da Argentina acusou a vice-presidente, Cristina Kirchner, e pediu 12 anos de prisão e inabilitação política perpétua, em audiência nesta segunda-feira, 22. O pedido foi realizado pelo promotor Diego Luciani. “Juízes, este é o momento. É corrupção ou justiça”, disse o procurador, antes apresentar sua decisão. Além da condenação, foi solicitado que Kirchner fosse desqualificada para sempre de exercer cargos públicos e que sua fortuna fosse confiscada até a soma de pelo menos 5,3 bilhões de pesos argentinos. “Esta é provavelmente a maior manobra de corrupção já conhecida no país”, disse o procurador ao apresentar sua argumentação, transmitida ao vivo pela internet. O promotor Diego Luciani disse que a líder peronista cometeu os crimes de administração fraudulenta gerando prejuízo ao Estado e liderou uma associação criminosa para desviar verbas públicas durante seu período na Presidência. As acusações são referentes aos anos em que ela estava à frente do país (2007-2015) e no governo de seu marido, Néstor Kirchner (2003-2007), que morreu em 2010. O julgamento de Kirchner não é recente, ele começou em 2019, quando investigações foram abertas para analisar se houve direcionamento e superfaturamento na concessão de obras públicas na província de Santa Cruz, berço político dos Kirchner. Entretanto, hoje era a sentença final. O Código Penal da Argentina estabelece que quem for condenado por esses crimes será inabilitado para o exercício de cargos públicos. A defesa agora tem 10 dias úteis para começar a expor sua defesa para os 13 réus, o que pode levar vários meses. A vice-presidente de 69 anos conseguiu superar vários processos, rejeitados, por supostos crimes ocorridos em seus dois mandatos presidenciais (2007-2015), mas ainda enfrenta cinco julgamentos.