quinta-feira, 07/11/2024
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Ministério do Trabalho faz constatação que existem Escravos na selva de Mato-Grosso

Aderrubada da floresta ama­zô­nica e da vegetação de cer­rado no interior do Bra­sil está sendo feita com mão-de-obra escrava. A constatação é do Ministério do Trabalho (MT) que, des­de 1995, mantém um grupo es­pecial formado para libertar trabalhadores em condições que podem ser comparadas às do pe­ríodo colonial.

Muitos fazendeiros recorrem a serviços clandestinos para avançar sobre a mata, ocupan­do es­paço da vege­tação na­tiva. “O desmatamento é um trabalho de curta duração e ilegal. Um crime leva ao outro no fim das contas. O fazendeiro que não possui licença tenta fazer escondido e contrata um terceiro. Este, por sua vez, arregimenta os trabalhadores em condições terríveis”, explica Marcelo Cam­pos, coordenador da equipe de Fiscalização Móvel do Trabalho Escravo.

O Pará foi o esta­do em que mais escravos foram libertados em 2007. A equi­­pe do
Ministério do Trabalho, composta por auditores, procuradores, delegados, policiais fe­derais e representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ibama, resgatou 1.947 pessoas. “É um dos estados onde mais acontece essa expansão em cima da mata nativa”, diz Campos.

Até hoje, o grupo do Ministério do Trabalho já libertou 27.792 pes-
soas. “Muitas vezes, os trabalhadores são tratados pior que os animais. Em algumas fazendas, eles ficam nos currais”, conta. Faltam condições de segurança e saúde e é comum que patrões emprestem dinheiro para os empregados, que ficam impedidos de ir embora até pagarem a dívida.

Os proprietários das fazendas onde são encontrados escravos são processados nas esferas civil e criminal, podendo pe­gar até dez anos de prisão. Após todos recursos serem julgados, eles são incluídos por dois anos em uma relação de escravizadores, perdendo benefícios como a possibilidade de em­préstimos em bancos. Os trabalhadores libertados recebem assistência e entram na lista do Bolsa-família.

Por Daniel Santini/FU

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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