O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciou nesta segunda-feira a intensificação das fiscalizações do órgão junto a cooperativas de leite para coibir fraudes na produção.
O Ministério vai implantar em nível nacional um projeto testado com sucesso em Minas Gerais, pelo qual os inspetores permanecem de três a quatro dias nas cooperativas em vez de apenas um dia, como é feito atualmente.
“Estamos fortalecendo, revisando e intensificando a fiscalização junto à sociedade para garantir que a fraude não volte a ocorrer, afirmou Stephanes. Ele explicou que o sistema atual não é falho e ressaltou que “o consumidor brasileiro está bebendo leite de boa qualidade”, mas que a nova fiscalização será mais efetiva para detectar irregularidades como as recentemente verificadas nos produtos das marcas Parmalat, Canu e Centenário.
“Agora vamos modificar o sistema (de fiscalização), que vai deixar de ser feito por um profissional e vai ser feito por sorteio (da cooperativa a ser inspecionada), mas será mais minuciosa e os profissionais poderão ficar de três a quatro dias na usina”, explicou Nelmon Costa, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), acrescentando que a inspeção renovada já começa na próxima semana em todo o País.
De acordo com os números do Ministério da Agricultura, o órgão dispõe de 212 fiscais de produção de leite, que costumam avaliar 1,7 mil estabelecimentos industriais, com análise bioquímica feita em oito laboratórios espalhados pelo País.
O ministro Reinhold Stephanes insistiu na tese de que o consumidor não precisa ter receio sobre a efetividade das inspeções no leite. Ele classificou as recentes fraudes – a adição de água oxigenada e soda cáustica ao leite – como casos isolados, no qual um químico deliberadamente pesquisou uma forma de alterar a composição dos produtos sem ser pego pelas análises diárias feitas pelos órgãos governamentais.
“O que aconteceu foi um grupo de pessoas que fraudaram e foram pegos, e temos de ver se tem mais alguém agindo da mesma forma. Por dia, coletamos 10 mil amostras de leite e recebemos laudos, não é pouca coisa”, defendeu Stephanes.
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