quinta-feira, 07/11/2024
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Minha loucura é enfrentar gente covarde

O jornal Folha de São Paulo estampou meses atrás uma frase do senador Pedro Taques sobre a minha pessoa: – Ele é louco! – afirmou o senador, após um 'piti' que teve ao me ver no Senado, a ponto de ter se escondido no banheiro e quase ter sido levado ao hospital. Ele sim, desenvolveu uma psicopatia de medo real da minha pessoa sem nenhum nexo, e que precisa ser tratada.
 
Ato continuo, no dia em que convoquei uma entrevista coletiva para fazer revelações a seu respeito – através de seu advogado – este senador pediu a minha prisão, internação compulsória, distância de 200 metros e avaliação psiquiátrica. A acusação é de que eu seria louco e queria matá-lo, tentando se vitimizar no processo. Mas meu único crime foi ter mostrado, através de 10 artigos, que de santo, este  senhor não tem absolutamente nada, pelo contrário, é de uma inescrupulosidade, falta de caráter e covardia jamais vista.
 
Pois bem! Fui submetido, após ordem judicial a pedido do senador – na ultima segunda-feira – ao tal exame, realizado pela perita Dra. Olicélia Ataides da Silva Poncione, para quem respondi um questionário de 23 perguntas elaboradas pelo juiz e passei por um processo de anamnese. O resultado foi aquele que todos, penso eu, já sabiam: Sou completamente normal, lúcido, apto e com minhas faculdades mentais intactas. Por óbvio que parecesse, a iniciativa do senador teve o claro propósito de me desmoralizar e, confesso, foi humilhante.
 
Na contra-coletiva dada pelo advogado Paulo Taques que revelava meus problemas passados e de ordem estritamente pessoais, ele afirmava taxativamente que este não era um caso de política, mas de saúde pública. Agora, esfregando o laudo na cara destes senhores, saiba a sociedade, amparado por resultado médico pericial que refuta a ideia de incapacidade mental, que passo a ser tratado  como um perseguido político, e como politica deve ser tratada esta questão.
 
Os males, constrangimentos, lucro cessante (fui tirado do emprego), a impossibilidade de aceitar um convite de emprego no congresso nacional pela limitação de distância que tive que manter deste senador, a exposição maldosa da minha vida particular, a invasão da minha casa por policiais federais a seu mando, a perseguição desmedida, as ameaças, os processos, o uso do Ministério Público para tentar me imputar crimes, a amizade com juízes que supostamente atendem seus pedidos, tudo que foi feito, até agora, contra minha pessoa, foi em vão. Mantive-me, sabe-se lá com  quais forças ou razão, de pé, impávido diante do dragão que cuspia fogo.
 
É preciso um parêntese nessa questão: Minha leitura e convicção é que esta luta não é pessoal, mas contra a judicialização da política e o falso moralismo. Sem querer pessoalizar: Não fosse eu, seria outro o perseguido. Não fosse o Taques, seria outro o perseguidor, e é contra esse  estado de coisas que devemos lutar. Ninguém pode ser alijado de dizer o que pensa, prejudicado pelo poder político-judicial, perseguido por gente poderosa, esfolado vivo em sua dignidade, ninguém, absolutamente ninguém! E é por isso que luto, para evitar que outras pessoas passem o que passei e passo.
 
Esta não é uma guerra do Muvuca contra o Taques, ou vice-versa. Esta é a luta pela democracia e as liberdades individuais, por qual muitos morreram e foram torturados num passado recente. Acontece que hoje as armas são mais sutis que os tanques, porões e fuzis da ditadura, mas não menos covardes e cruéis.
 
No campo jurídico, estudo com meus advogados as medidas que deverão ser tomadas após toda essa execração pública por qual passei. E, se não esmoreci nos momentos difíceis, prossegui firme sem me abalar, o que não será daqui por diante tendo de volta minha auto-confiança e me embaralhando nos meandros políticos com vistas a uma disputa eleitoral por qual sou cobrado por muita gente.
 
Diante dos acontecimento favoráveis, me inclino a dizer que, sou ficha-limpa, sano, tenho idade suficiente, histórico de militância nos movimentos sociais e coragem para enfrentar leões e raposas, como de fato tenho demonstrado, não somente contra Pedro Taques, mas todos os outros de quem fui crítico, como Roberto França, Wilson Santos, Mauro Mendes, Jayme Campos e o próprio noviço Pedro Taques. Também já enfrentei Blairo Maggi e José Riva, se é que não se lembram, mas esses são capítulos que apenas compõem uma história de destemor e incansável busca pela verdade.
 
Salvo as condições financeiras sou, portanto, apto a enfrentar quaisquer desses senhores nas próximas eleições no contexto de uma candidatura majoritária. Sendo agora este um caso político, tratemos como fato político uma provável disputa e os vindouros debates do qual o senhor José Pedro Taques não vai poder fugir, e faço questão de esperá-lo, ansiosamente.

 
 
 
 
Por José Marcondes 'Muvuca

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Parmenas Alt
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