A mudança poderá atingir militares envolvidos em investigações recentes sobre tentativa de golpe.
Os cortes nos gastos do governo Lula com as Forças Armadas, confirmados pelo Ministro da Defesa José Múcio Monteiro, trarão impacto direto nos benefícios e na carreira dos militares. Entre as medidas, destaca-se o aumento na contribuição ao fundo de saúde, passando de 1,8% para 3,5% do salário, o que pode reduzir a remuneração mensal em até R$ 500 para os de alta patente e R$ 100 para os postos médios.
Outro ponto polêmico é o fim da “morte ficta”. Famílias de militares condenados a mais de dois anos de prisão perderão os salários integrais e passarão a receber apenas o auxílio-reclusão, no valor fixo de R$ 1.412,00, conforme a Lei 8.112. A mudança poderá atingir militares envolvidos em investigações recentes sobre tentativa de golpe.
Além disso, a elevação da idade limite para promoções, fixada agora em 55 anos, gerará atrasos na progressão de carreira. Com o aumento do tempo de serviço ativo, os interstícios – períodos obrigatórios em cada posto – serão prolongados, o que desanima principalmente os que ingressaram por concurso público.
Apesar de críticas internas, o comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné, não se pronunciou sobre as mudanças, que vêm após pressões do Ministério da Fazenda para conter gastos.