Agricultores adiam as vendas na esperança de que o presidente argentino, a quem deram seu voto, elimine impostos e restrições cambiais
Há quase 7 meses no comando da Argentina, o presidente Javier Milei segue a espera dos lucros da primeira colheita agrícola de seu governo. Na pujante região agrícola de Buenos Aires, os silos transbordam ao final da colheita. Os produtores adiam as vendas na esperança de que o presidente ultraliberal Javier Milei, a quem deram seu voto, elimine impostos e restrições cambiais. Toneladas de soja e cereais se acumulam a céu aberto em ‘silobolsas’, um sistema para armazenar grãos e forragem envolto em plástico. Quando assumiu o poder Milei prometeu eliminar regulamentações no mercado cambial, origem de distorções devido a múltiplas taxas de câmbio e a um mercado informal que influencia os preços internos. A inflação, embora em queda, foi de 280% ao ano em maio. Mas segundo os produtores houve um aumento significativo no setor agrícola. No último ano, “um trator que custava 170.000 dólares agora custa 250.000”. Após seis meses de governo, Milei não avançou com suas promessas ao campo e, pelo contrário, aumentou vários impostos, incluindo o sobre combustíveis.