O simples entendimento de setores da base aliada de que o governador reeleito Blairo Maggi (PPS) estaria avaliando uma possível alteração na Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) provocou, nos últimos dias, um verdadeiro corre-corre e disse-me-disse entre os dirigentes e parlamentares de partidos da coligação Mato Grosso Mais Forte, liderada por PPS, PFL, PMDB e PP. A tendência de saída do advogado Waldir Júlio Teis, atual titular da Sefaz, se tornou voz corrente nos bastidores da política após ser confirmada por familiares. É provável que Teis retorne para a diretoria do Grupo Amaggi, em Rondonópolis, em janeiro ou fevereiro de 2007.
“O perfil técnico vai prevalecer sobre o político. É uma linha de pensamento que não abro mão, desde o início do primeiro mandato”, avisou Maggi, ao ser alertado que os deputados eleitos Percival Muniz (PPS) e Sérgio Ricardo (PPS), além de Airton Rondina, o Português (PP), entre outros, que se colocaram à disposição, através de emissários. “Agradeço a preocupação de todos, mas tenho de pensar no Estado e não apenas nos que compõem nossa base de sustentação”, resume Maggi.
No perfil técnico, em se confirmando a saída de Teis, pelo menos quatro nomes ganham força: Moisés Sachetti, presidente do Detran; Emanuel Bezerra Júnior, secretário adjunto da Sefaz; Éder de Moraes Dias, presidente da MT Fomento; e Agustinho Moro, secretário de Saúde. Todos negam qualquer pretensão e hipotecam apoio a Waldir Teis.
“O secretário Waldir Teis está realizando um grande trabalho, na Sefaz, desde 2003. Só respondo questionamentos sobre a MT Fomento”, argumenta Éder de Moraes. “Soldado não escolhe batalha e estou à disposição do governador Blairo para quaisquer tarefas”, justifica Éder.
Líderes políticos com livre acesso ao Palácio Paiaguás argumentam que uma vantagem importante de Éder de Moraes sobre os demais, além do trabalho técnico na MT Fomento, está no fato de ser considerado o grande engenheiro financeiro do governo. Fontes palacianas chegam a revelar que: “Moraes daria um tom desejado pelo governador na área financeira e fiscal”.
Outra argumentação em prol do nome de Éder, é o seu bom trânsito com parlamentares e dirigentes dos principais partidos da base aliada (PPS, PFL, PMDB e PP).
Moisés Sachetti já demonstrou interesse em atuar na área de turismo, mesmo que não seja secretário. “Talvez seja adjunto na Secretaria de Turismo. Mas, se precisar vou até para a portaria”, brincou Sachetti. Emanuel Bezerra não respondeu às ligações e sua assessoria respondeu que estava “resolvendo assuntos particulares”.
Já Agostinho Moro respondeu, via assessoria, que “é um soldado do governador”, mas revelou que, se pudesse escolher, ficaria no comando da Secretaria de Saúde.
Durante a campanha à reeleição, Maggi rasgou elogios públicos para os auxiliares Moisés Sachetti, Éder de Moraes e Agostinho Moro. Em nenhum momento, porém, no processo eleitoral, sequer citou Waldir Teis.