O risco de uma epidemia de febre amarela e o Mercosul centraram nesta quarta-feira o primeiro debate televisivo entre os principais candidatos presidenciais do Paraguai para as eleições gerais de 20 de abril.
O programa, mediado pelo jornalista Humberto Rubín, foi centrado na questão da febre amarela, que já matou cinco pessoas no país este ano, o que levou o Governo do Paraguai a declarar estado de emergência nacional em meados de fevereiro.
Sobre o tema, a ex-ministra da Educação Blanca Ovelar, do Partido Colorado, no poder há 61 anos, admitiu que “teria acelerado a importação de vacinas” quando começaram os primeiros casos de febre amarela no Brasil.
O ex-bispo opositor Fernando Lugo, o favorito segundo as pesquisas de intenções de voto, responsabilizou o Governo pelo desabastecimento de vacinas.
“O Governo devia estar preparado, e não pedir auxílio”, disse, em alusão à doação de vacinas de vários países da região para proteger a população paraguaia.
Lugo lidera a Aliança Patriótica para a Mudança (APC), liderada pelo Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), segunda força eleitoral do país, e integrada por vários partidos minoritários e por organizações sociais e de esquerda.
Por sua parte, o general reformado Lino Oviedo, líder da União Nacional dos Cidadãos Éticos (Unace), assegurou que “seria melhor prevenir do que remediar”.
Para o empresário Pedro Fadul, do Partido Pátria Querida (MPQ), “não há vacinas instantâneas para uma desordem institucional”. Ele assegurou que a Administração pública “não foi projetada” para fazer frente a esse tipo de situações.
Oviedo, por sua parte, assegurou o Mercosul “está só no papel”, e insistiu nos problemas para o trânsito de produtos paraguaios através de Brasil e Argentina, enquanto Ovelar sustentou que o país precisa se afirmar.
Embora todos tenham concordado que o Paraguai não pode deixar o Mercosul, o ex-bispo Lugo assinalou que o processo de integração não pode ser só comercial, mas deve aprofundar seus componentes social e político, e por isso destacou a importância do Parlamento regional (Parlasur), e pediu a criação de uma moeda única para o bloco.
Os candidatos também expressaram seus planos de Governo sobre Segurança,Reforma de estado e educação.
U.Seg