Os economistas do mercado financeiro reduziram de 1,73% para 1,64% sua projeção para o crescimento do PIB brasileiro neste ano, segundo a pesquisa Focus, do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira.
A nova previsão foi feita três dias depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter anunciado que o país cresceu apenas 0,4% no segundo trimestre, apesar das medidas de estímulo.
Esta é a quinta semana consecutiva que os cerca de cem economistas e analistas das instituições financeiras consultadas pela pesquisa revisam em baixa sua projeção para o PIB.
Sem uma clara recuperação apesar das medidas de estímulo oficiais, o PIB cresceu somente 0,6% no primeiro semestre do ano, ante a expansão de 3,8% no mesmo período de 2011.
Caso se confirmem as previsões do mercado, o Brasil terá neste ano seu menor crescimento desde 2009, quando o PIB recuou 0,6%. A nova projeção também confirma a tendência de desaceleração da economia, já que, após crescer 7,5% em 2010, se expandiu apenas 2,7% no ano passado. Para 2013, no entanto, os economistas mantiveram sua previsão de crescimento de 4%.
O resultado do PIB trimestral também obrigou os analistas a revisar sua projeção para o setor industrial, para o qual esperam uma retração de 1,78%, contra a de 1,55% prevista há uma semana.
Segundo os dados divulgados na última sexta-feira, a indústria, setor mais afetado pela crise internacional, é o que mais pressiona a desaceleração da economia brasileira em geral. A produção industrial no segundo trimestre caiu 2,4% em relação ao mesmo período do ano passado, e 1,2% no semestre.
Quanto à inflação, os economistas aumentaram ligeiramente pela oitava semana consecutiva sua projeção, de 5,19% para 5,20%, ainda dentro da meta oficial de 4,5% anual, com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais.
(EFE)