O mercado financeiro doméstico deve ter um dia turbulento no reinício dos negócios, após o feriado prolongado do Carnaval. As Bolsas americanas, principal referência externa dos investidores, desabaram nos últimos dois dias, em reação a uma bateria de notícias que reforçaram a idéia de que os EUA devem entrar em recessão. Segundo analistas, o mercado brasileiro pode refletir essa volatilidade com atraso.
O dólar comercial é negociado a R$ 1,760 para venda, com acréscimo de 0,80% nos primeiros negócios desta quarta-feira. Na sexta, a taxa de câmbio foi de R$ 1,746 para venda, em declínio de 0,85%.
O Ibovespa, principal índice de ações, desvaloriza 3,08%, aos 59.541 pontos. Na sexta-feira, a Bolsa fechou em alta de 2,67%.
Hoje, tanto o mercado de câmbio quanto a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e a BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) abriram os negócios mais tarde, às 13h.
Na Ásia, as principais Bolsas de Valores fecharam em queda, a exemplo de Tóquio (baixa de 4,7%) e Hong Kong (queda de 5,4%). Na Europa, a Bolsa de Londres recua 0,11%. As Bolsas americanas mostram recuperação modesta, com o índice Dow Jones subindo 0,16%.
Na segunda-feira, o banco de investimentos UBS recomendou a venda dos papéis da American Express, além de rebaixar a classificação dos papéis da Capital One Financial e da Discover Financial Services, o que já contribuiu para tornar mais negativo o ambiente dos negócios.
E na terça-feira, as Bolsas americanas desabaram, quando o ISM (Instituto de Gestão de Oferta, na sigla em inglês) detectou uma retração inédita no nível de atividade do setor de serviços, que responde por boa parte da economia americana. O índice ISM teve leitura de 44,6 pontos, o que na metodologia do instituto significa contração da atividade, a primeira verificada pelo ISM desde março de 2003.
O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York amargou perdas de 2,93%, a pior baixa desde 27 de fevereiro de 2007, dia em que houve uma derrocada global nos mercados devido à preocupação com a economia chinesa.
Agenda
A agenda econômica de hoje também não deve ser uma fonte de tranqüilidade para investidores e analistas. Nos EUA, a MBA (Associação de Bancos de Hipoteca, na sigla em inglês) atualiza seus dados sobre o ritmo de refinanciamento de hipotecas, e pouco mais tarde, o governo americano revela os números sobre produtividade do trabalhador, por volta das 11h30 (hora de Brasília. E às 13h30, o Departamento de Energia publica os novos números das reservas de petróleo e derivados.
No Brasil, o Banco Central publica o boletim “Focus”, que teve sua divulgação atrasada por conta do Carnaval, e o Ministério do Desenvolvimento revela os números mais recentes da balança comercial.
FO