Os economistas pioraram suas perspectivas para a inflação em 2017, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central nesta segunda-feira e, com a maior pressão inflacionária, o cenário para a taxa básica de juros já aponta que ela não irá mais cair ao longo do próximo ano. Segundo o levantamento, a estimativa para a alta do IPCA em 2017 subiu 0,02 ponto percentual, para 5,12%.
Para 2016, os economistas consultados mantiveram a perspectiva de que a inflação terminará o ano em 6,64%, mas para 2015 houve alta de 0,05% na estimativa, alcançando 10,38%. Em ambos os casos, a inflação estouraria o teto da meta.
Para 2015 e 2016, a meta do governo é de IPCA de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Para a 2017, a meta também é de 4,5%, mas com tolerância de 1,5 ponto percentual.
Diante das pressões inflacionárias, a perspectiva para a taxa básica de juros no final de 2016 passou a 14,13% na mediana das projeções, em um forte indício de que não é mais esperado afrouxamento da política monetária. A previsão anterior era de taxa Selic de 13,75%.
Na semana passada, o BC manteve a Selic em 14,25% ao ano pela terceira vez seguida, mas a decisão foi dividida, com dois membros defendendo a elevação. A divisão foi vista como sinal de que futuro aumento pode vir já no início de 2016. Os agentes econômicos aguardam agora a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para calibrar suas apostas.
Já em relação à atividade econômica, a estimativa de contração do produto interno bruto (PIB) em 2015 chegou a 3,19%. Na semana passada, a previsão era de recuo de 3,15%. Para 2016, os economistas consultados esperam retração de 2,04%. A queda projetada na versão anterior da pesquisa era de 2,01%
(Com Reuters)Site:Veja