Os economistas das instituições financeiras subiram, na última semana, a sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, que avançou de 5,20% para 5,27%, informou nesta segunda-feira (25) o Banco Central, por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Essa foi a sexta semana seguida de aumento da previsão. Ao mesmo tempo, porém, a expectativa dos analistas dos bancos para o IPCA de 2011 recuou de 4,99% para 4,98%.
No Brasil, vigora o sistema de metas de inflação, pelo qual o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2010 e 2011, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Com isso, as estimativas do mercado estão acima da meta central para os dois anos, mas dentro do intervalo de tolerância de dois pontos percentuais.
Juros
Após manter os juros estáveis em 10,75% ao ano na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central também não deve mexer na taxa básica em dezembro deste ano. Deste modo, os juros devem fechar 2010 no atual patamar, estimam os analistas dos bancos. Os economistas continuam acreditando, entretanto, que a taxa Selic será elevada para 11,75% ao ano no decorrer de 2011.
Crescimento econômico
O mercado financeiro também manteve, na semana passada, a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010 em 7,55%. Se confirmada, será a maior expansão desde 1985 (7,85%). Para 2011, a previsão do mercado de crescimento da economia brasileira foi mantida em 4,5%.
Taxa de câmbio
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2010 foi mantida estável em R$ 1,70 por dólar. Para o fechamento de 2011, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio recuou de R$ 1,80 para R$ 1,79 por dólar.
Balança comercial
A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2010 subiu de US$ 15,85 bilhões para US$ 16 bilhões na semana passada.
Para 2011, o BC revelou nesta segunda-feira que a previsão dos economistas para o saldo da balança comercial permaneceu em US$ 9 bilhões de superávit.
No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a expectativa do mercado para o ingresso de 2010 foi mantida em US$ 30 bilhões. Para 2011, a projeção de entrada de investimentos no Brasil caiu de US$ 38 bilhões para US$ 36 bilhões.