A menor capital do país é também aquela onde o voto custa mais caro nas eleições de 2008. Em Palmas, os cinco candidatos a prefeito arrecadaram até agora o equivalente a R$ 11,29 por eleitor, conforme a segunda parcial da prestação de contas divulgada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Na capital do Tocantins e em Vitória (R$ 7,19), a projeção de gastos por eleitor já ultrapassa a meta de R$ 7 por voto da proposta de financiamento público de campanhas que integra o projeto de reforma política em tramitação no Congresso.
O alto custo de programas de TV é citado para explicar os gastos em capitais de tamanho médio. O levantamento considera apenas a arrecadação parcial dos candidatos divulgada pelo tribunal. Os partidos também podem fazer gastos por meio dos comitês financeiros.
A prestação de contas de 19 candidatos de capitais ainda não foi informada no site do TSE. Dois deles, Gilberto Kassab (DEM, São Paulo) e Roberto Sobrinho (PT, Porto Velho), comunicaram à reportagem suas arrecadações parciais.
O candidato que proporcionalmente lidera a arrecadação nas capitais também é de Palmas. Marcelo Lélis (PV), que está em segundo lugar na pesquisa Ibope, já arrecadou R$ 5,59 por eleitor. A reportagem não conseguiu falar com ele durante a semana.
Por ter menos de 200 mil eleitores, Palmas não terá segundo turno, o que faz com que a arrecadação dos candidatos se concentre até a data do primeiro turno. O mesmo fato ocorre em Boa Vista, quinta colocada no ranking.
O segundo lugar na lista de candidatos é de João Coser (PT), que tenta se reeleger em Vitória. Ele afirma que, com mais de dez minutos na TV, tenta fazer programas com a mesma qualidade dos grandes centros e diz que a proibição de showmícios elevou os gastos com materiais gráficos.
O menor valor proporcional entre as capitais, no momento, é o de Rio Branco, com R$ 0,39 por voto. Para um dos candidatos à prefeitura, Sérgio Petecão (PMN), a “falta de estrutura” torna a campanha mais barata. Ele diz ter obtido R$ 16,6 mil em doações.
Favorito, o atual prefeito, Raimundo Angelim (PT), informou ter arrecadado R$ 62 mil na segunda parcial. Segundo a coordenação da campanha, porém, os gastos previstos são de R$ 2 milhões.
FELIPE BÄCHTOLD
MATHEUS PICHONELLI
da Agência Folha