Por pouco policiais militares não prenderam três dos principais suspeitos de assassinar o soldado PM aposentado Sebastião Inácio Coelho, de 38, executado a tiros sábado de madrugada no bairro Altos da Serra. Os jovens, identificados como “Reginaldo”, “Alexandre Indião”, e “Coco”, haviam marcado um confronto armado entre gangues do Altos da Serra e da rua Cantagalo, do bairro Planalto.
Os policiais tiveram notícia do confronto e se dirigiram para o bairro, mas assim que chegaram ao local os rapazes correram. A polícia ainda conseguiu prender Rafael Eduardo da Silva, de 23 anos, que estava armado com um espingarda calibre 20, carregada. A prisão ocorreu anteontem, por volta das 21h30min, em cima do telhado de uma casa da rua Tangará, no bairro Altos da Serra.
Segundo informação dos PMs, tão logo eles perceberam a aglomeração de jovens, pararam a viatura na tentativa de surpreender os rapazes, mas estes perceberam a manobra e começaram a correr. Na confusão, os PMs só chegaram até Rafael.
Na Delegacia, o jovem negou participar do confronto de gangues. Disse que estava com a espingarda para se proteger. Explicou que um jovem, conhecido como Joilton, chegou armado na rua Cantagalo e o ameaçou. Então, ele voltou à sua casa e se armou com uma espingarda.
Conforme revelação dos policiais, a briga entre as duas gangues ocorre há mais de quatro anos. Nesse ínterim, várias pessoas foram assassinadas e outras sofreram tentativa de assassinato. A última vítima teria sido o soldado PM Sebastião Inácio. Em 2001, uma das turmas chegou a seqüestrar um adolescente, que foi morto horas depois.
Na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), as investigações do assassinato do PM apontam para um crime de acerto de contas. Policiais que investigam o caso confirmam que as suspeitas recaem sobre os três rapazes. “Ainda não sabemos quem matou, mas estamos próximos de descobrir”, disse um policial.
Inácio foi assassinado no momento em que dormia em seu quarto. Segundo policiais da DHPP, ao ouvir batidas na janela, ele abriu uma pequena fresta e, por ela, o criminoso atirou três vezes e acertou o ex-militar no tórax. Um dos tiros chegou a perfurar a parede da cozinha. Familiares disseram desconhecer os motivos do crime, pois Sebastião não estava sendo ameaçado e não tinha inimigos.
DC