A indústria de investimentos continua batendo recordes no começo de 2010. Fevereiro, a exemplo de janeiro, mostrou fortes captações tanto na poupança quanto nos fundos de investimento.
“A melhora de emprego e renda no segundo semestre de 2009 se refletiu na maior possibilidade de aplicação de dinheiro extra pela população”, reforçou o superintendente de alocação de recursos do Banco Fator, Marcelo Faria Figueiredo. Ele lembra que, em dezembro, as pessoas recebem o décimo terceiro salário, o que traz um alívio de caixa.
Sinara Figueiredo, superintendente de investimentos do Santander, também acredita ser natural uma aplicação mais forte pelo investidor este ano, já que em 2009 menos recursos estavam circulando pela economia. Ela reforça que, tradicionalmente, o último trimestre de um ano e o primeiro do ano seguinte são mais fortes. No primeiro caso, contribui o décimo terceiro salário. No segundo, a distribuição de participações de resultados das empresas.
No caso da expansão da poupança, Sinara lembra que a taxa de juros mais baixa torna esse investimento atrativo. Já nos fundos, muitas instituições financeiras diminuíram as taxas de administração ou reduziram a aplicação inicial exigida, para facilitar novas entradas.
A poupança teve em fevereiro captação líquida de R$ 2,327 bilhões, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC). Apesar de ter ficado abaixo dos R$ 2,619 bilhões verificados em janeiro, o saldo de depósitos e retiradas em fevereiro foi o maior para o mês da série do BC, iniciada em 1995. O resultado de janeiro, por sua vez, foi o melhor desde janeiro de 1997, quando houve captação de R$ 3,512 bilhões.
No mercado doméstico de fundos, fevereiro apresentou captação líquida de R$ 8,8 bilhões, o maior valor registrado nos últimos quatro anos para este mês, segundo boletim da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O volume representa 0,64% do patrimônio líquido do setor. As categorias que mais se destacaram foram as de Renda Fixa (R$ 3,1 bilhões) e FIDC (R$ 1,2 bilhão).
A captação líquida de recursos acumulada em 2010, de R$ 13,9 bilhões (162,7% superior à registrada no mesmo período de 2009), proporcionou crescimento de 1,0% do mercado doméstico de fundos. Em 12 meses, a captação ultrapassa, pela primeira vez, o patamar dos R$ 100 bilhões. A categoria que apresentou o melhor desempenho foi a de Renda Fixa, com R$ 15,4 bilhões, seguida pela de curto prazo, com R$ 5,6 bilhões.
Aline Cury Zampieri, iG São Paulo