Uma ação integrada entre as forças estaduais e federais ligadas à Segurança Pública, denominada Operação Gênesis, que tem como objetivo combater o tráfico de drogas nos 983 quilômetros de fronteira que Mato Grosso possui com a Bolívia, foi desencadeada na última terça-feira (20.07), à 0 hora, no município de Porto Esperidião, que fica a 358 km de Cuiabá, na região Oeste do Estado.
Até a próxima terça-feira (27.07) centenas de policiais militares e civis do Estado, da Força Nacional, Exército Brasileiro, Marinha, Polícia Federal, da Policia Rodoviária Federal, membros da Receita Federal e do Policiamento Especializado de Fronteira (Pefron), reforçarão o quadro de policiais do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), e atuarão na fronteira mato-grossense por terra, água e ar, fechando assim o cerco contra o tráfico internacional de drogas.
De acordo com o secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, que participou do início da ação, Mato Grosso foi o primeiro Estado do País a receber este tipo de operação integrada e abriu o precedente para que operações como esta sejam levadas para os outros 10 Estados fronteiriços do Brasil. O secretário adiantou que esta se trata de uma ação inédita porque conseguiu reunir 16 instituições congregadas numa ação de combate aos crimes na fronteira.
“Os crimes que geralmente incomodam a população brasileira nas cidades e nos grandes centros, eles têm sua origem na fronteira, particularmente nas fronteiras secas. Os pilares que sustentam a criminalidade como as armas e drogas, por exemplo, que entram pela fronteira se convergem lá nos grandes centros nessa criminalidade. Digamos que essa ação aqui em Mato Grosso seja o lançamento da pedra fundamental do Policiamento Especializado de Fronteira e que será repetida nos outros 10 estados brasileiros que fazem fronteira com outros países”, disse.
O secretário de Estado de Justiça e Segurança Publica, Diógenes Curado Filho, disse que essa operação funcionará como um divisor de águas no Brasil no que diz respeito ao policiamento na fronteira. “Essa operação terá reflexo em todo país e servirá de modelo para os outros Estados. A questão das drogas tem que ser trabalhada onde tudo começa, que é aqui na fronteira. Essa ação de fortalecimento do policiamento na fronteira é mais uma das metas do Programa de Ações da Segurança (PAS) que estamos cumprindo. Temos o governo Federal de dezenas de instituições envolvidas e imbuídas conosco nessa missão, o que será de grande importância pra que tenhamos êxito”, disse.
O coordenador do Gefron, tenente-coronel Antônio Mário Ibanez Filho, explica que além dos patrulhamentos fluviais, terrestres, e aéreos, mandados de busca e apreensão também estão sendo cumpridos pelas polícias civil e Federal durante a operação, em busca de possíveis pontos de venda de droga. “Esse trabalho conjunto, integrado entre as forças, é justamente o grande diferencial desta operação que termina no dia 27. Por ser a primeira Operação do gênero no País, que dará origem às demais que serão desencadeadas no restante do Brasil, ela recebe o nome de Gênesis, em alusão ao livro bíblico que trata do início da vida e que cuja tradução signifia ‘Origem’.
GEFRON
O Grupo Especial de Fronteira é uma força integrada por órgãos de segurança pública do Estado cuja missão é apoiar os órgãos federais responsáveis pela segurança na fronteira do Brasil com a Bolívia.
Neste grupo, as Polícia Civil e Militar desenvolvem um trabalho conjunto de atuação contra o tráfico de drogas. O Gefron conta hoje com uma equipe de 98 policiais, cobrindo uma área de 983 quilômetros de fronteira, sendo 233 de região alagada. São ao todo cinco pontos de fiscalização (Porto Esperidião, Vila Cardoso, Matão, Avião Caído e Barreira do Limão).
FRONTEIRA NO BRASIL
A faixa de fronteira é a principal rota de entrada de drogas e armamentos que abastecem os grandes centros urbanos. O Brasil tem 16,8 mil quilômetros de fronteiras, sendo a maior parte, 9.523 quilômetros (56,42% do total), de rios, lagos e canais. As fronteiras secas correspondem a 7.363 quilômetros (43,58%).
