domingo, 22/12/2024
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Medida Provisória destina R$ 1 bi para comercialização

O governo federal já confirmou a liberação de R$ 1 bilhão para auxiliar a comercialização da soja da safra 06/07. Conforme foi anunciado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Medida Provisória que trata das cifras seria publicada ontem, no Diário Oficial da União (DOU).

Os recursos fazem parte de um acordo costurado pelo governador reeleito Blairo Maggi e o presidente da República reeleito, Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia 10. Segundo o próprio Mapa, os estados que mais demandarem, terão a maior fatia dos recursos. Em tese, a maior parte dos recursos deverá ficar com Mato Grosso, que é o maior produtor nacional do grão e é um dos estados que mais tem a saca depreciada pela falta de infra-estrutura.

A confirmação do repasse foi bem recebida pela classe produtora que considera os leilões uma forma de garantir um valor mínimo e ficar mais protegido das variações do mercado.

“O dinheiro será usado em leilões para sinalizar as cotações futuras do grão e, com isso, dar garantia de preço aos produtores rurais”, justifica o Mapa. A primeira operação será realizada no dia 10 de novembro, quando serão ofertadas 1 milhão de toneladas (t), das quais 500 mil/t serão de Mato Grosso. O aviso do leilão também foi publicado ontem.

“A realização de leilões antes da colheita é uma medida inédita no País”, destaca o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto. O ministro explica que as operações, além de darem proteção contra flutuações de preços, facilitam o acesso dos produtores ao crédito rural.

Os leilões definem agora como ficarão os preços no auge da comercialização, entre os meses de fevereiro e junho do próximo ano. “Com a garantia de venda futura da produção, os agricultores terão maior previsibilidade quanto ao seu fluxo financeiro”, acrescenta Guedes.

O diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja/MT) e coordenador da Comissão de Agricultura do Sindicato Rural de Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá), Ricardo Tomczyk, explica que a Medida Provisória já era esperada. “Mesmo assim, consideramos a confirmação positiva, pois vem no momento correto, ou seja, antes da colheita e isso contribuiu para o planejamento de venda da safra do produtor”.

Ele completa dizendo que por meio do preço de referência estipulado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de R$ 22,50 para a soja estadual, “há uma segurança de preço. O produtor não vai receber menos que isso, caso haja uma retração no mercado internacional. Se as cotações externas estiverem mais remuneradoras, não é preciso participar dos leilões”.

Mesmo acreditando que as cifras vão ajudar aos sojicultores mato-grossenses, o diretor da Aprosoja/MT, adverte que o preço de referência permanece abaixo do custo de produção estadual e das necessidades regionais. “O ideal seria um preço entre R$ 26 e R$ 27, mas a Conab se baseia em estudos de custo de produção que mostram um valor de R$ 22,50 para nossa saca”.

Tomczyk esclarece que não existem R$ 2 bilhões para serem destinados à comercialização. “O governador Maggi, em encontro com o presidente Lula, ratificou a necessidade de se repassar o R$ 1 bilhão que havia sido prometido pela União, em maio, quando o Plano Safra 06/07 foi anunciado”.

Sobre as cifras, Tomczyk acredita que o maior volume virá para o Estado, pois além de haver mais grãos para serem comercializados, o preço de referência não se torna atrativo para a soja próxima dos portos, que tem valor de mercado acima do proposto pela Conab. Ele acredita que em todo país, cerca de 15 mil/t poderão ser comercializadas com os recursos de R$ 1 bilhão.

ALERTA – Tomczyk faz questão de chamar a atenção dos produtores para os leilões: “Vários leilões serão realizados com este recurso, portanto não há o porquê de ter pressa. Vale lembrar que os leilões são de deságio, ou seja, muita oferta, preços baixos. É preciso ter cautela, afinal, pelo menos neste momento, o mercado internacional vem sinalizando bons preços”.

LEILÃO – O primeiro leilão será realizado por meio de Prêmio de Risco para Aquisição de Produto Agrícola Oriundo de Contrato Privado de Opção de Venda (Prop) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), com a oferta de 500 mil/t em cada um. O valor de referência é de R$ 22,50 para a saca 60 kg.

Guedes destaca que serão beneficiados em especial os estados do Centro-Oeste, que possuem mais problemas de infra-estrutura. Porém, também serão ofertados grãos da Bahia, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, Pará e Rondônia.

DC

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Parmenas Alt
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