domingo, 22/12/2024
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Médicos pedem liberação de remédios emagrecedores

Médicos nutrólogos da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) anunciaram nesta sexta-feira (21) um abaixo-assinado contra a proibição da venda de medicamentos anti-obesidade pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e uma audiência pública para liberação dos emagrecedores.

Segundo dados apresentados durante o o 16º Congresso Brasileiro de Nutrologia, mais de 16 milhões de pessoas foram afetadas com a restrição dos remédios. Só no Brasil, dados da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) apontam que 49% da população têm excesso de peso.

A Anvisa proibiu no ano passado a comercialização dos medicamentos mazindol, femproporex e dietilpropiona no Brasil. A única droga para emagrecer mantida pela agência foi a sibutramina, que atua diretamente sobre o sistema nervoso. Porém, a volta do emagrecedor ao mercado foi cercada de restrições de uso: a droga não pode ser prescrita por um período superior a 60 dias, o paciente tem de ter IMC (índice de massa corpórea) acima de 30 e ele também terá de assinar um documento em que confirma estar ciente de todos os riscos.

“Em outubro haverá uma audiência pública para a liberação dos medicamentos anti-obesidade pela Anvisa, será uma grande mobilização e precisamos abraçar a causa”, afirma Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da Abran.

Discriminação

Para os médicos da associação, a discriminação dos pacientes obesos prejudica o tratamento da doença que já é considerada uma epidemia mundial. "Se a pessoa tem hipertensão, ela toma remédio; se tem diabetes também. Então porque o obeso não pode tomar?", indaga Filho.

Com a proibição dos medicamentos, o número de cirurgias bariátricas aumentou. “As cirurgias devem ser uma opção para os pacientes que não respondem aos outros tipos de tratamento, como remédio, mudança comportamental, alimentação e atividade física, mas a partir do momento que ele não pode tomar remédio a cirurgia vira a única opção para isso”, alerta.

Com o lema "Obesidade, não. Remédio, sim. Não discrimine o obeso", os médicos estão se mobilizando para que a obesidade seja entendida como uma doença. "A pessoa não está tomando um remédio para ficar magra e virar modelo, não é uma questão estética, mas sim de saúde porque hoje já sabemos que a obesidade desencadeia uma série de doenças como hipertensão e diabetes", destaca.

Thamires Andrade
Do UOL, em São Paulo

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Parmenas Alt
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