Se isso tivesse acontecido na primeira instância o caso já seria um escândalo
O deputado federal José Medeiros (PL-MT) reagiu à morte do empresário Cleriston Pereira, que estava preso preventivamente na Penitenciária da Papuda, em Brasília, por suposta participação nos atos de 8 de janeiro. Para Medeiros, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, precisa ser responsabilizado pelo ocorrido, uma vez que havia um pedido ao magistrado para que o empresário fosse colocado em liberdade provisória em função de seus problemas de saúde.
No dia 1º de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deu parecer favorável ao pedido, mas até a morte de Pereira, nesta segunda-feira (20), o documento não havia sido analisado por Moraes.
“Se isso tivesse acontecido na primeira instância o caso já seria um escândalo nacional e provavelmente o juiz já estaria afastado. Como disse o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), o caso é de impeachment do ministro Alexandre de Moraes”, frisou Medeiros durante pronunciamento na Tribuna da Câmara Federal ONTEM terça-feira (21).
Ainda em seu pronunciamento, Medeiros solicitou à liderança do PL na Casa de Leis uma reunião para discutir uma medida para suspender a indicação da medalha ‘Mérito Legislativo’ concedida a Moraes pela Câmara Federal.
“A Casa de Leis não pode chancelar o que aconteceu na Papuda. Dar uma medalha para o ministro Alexandre de Moraes nesse momento seria cuspir na cara de todos aqueles que foram presos injustamente, principalmente da família de Cleriston, que nesse momento está velando seu ente querido. O ministro Alexandre precisa, porque eu acho que do Senado não vai sair nada, receber, no mínimo, uma sanção moral aqui da Câmara”, cobrou o deputado Medeiros.
Por fim, José Medeiros afirmou que o caso demonstra que as prerrogativas do Ministério Público estão sendo ignoradas. “Está se abolindo o Ministério Público. Eu espero que o MP não fique de capacho, que acorde e que veja que suas prerrogativas estão sendo jogadas no lixo. Como o Ministério Público, que é o autor da ação, diz para soltar e o ministro diz que não. Isso está errado”.