A Assembléia Legislativa vai analisar nos próximos dias o projeto de lei que institui o Programa Catarata Zero no Estado de Mato Grosso. A proposta, de autoria do deputado José Riva (PP), cria um programa permanente de ação contra a catarata. O objetivo é desenvolver atividades de orientação, acompanhamento a tratamento terapêutico e cirúrgico, conforme prevê o artigo primeiro.
“Esta ação visa promover uma verdadeira varredura nas comunidades, através de uma equipe multidisciplinar da Secretaria de Estado de Saúde, promovendo palestras, bem como cadastrando as pessoas que precisam de tratamento especializado, inclusive promovendo o agendamento para realização de processo cirúrgico”, garantiu Riva.
O deputado explica que para viabilizar a aplicação do programa, a Secretaria de Estado de Saúde formará uma equipe multidisciplinar para atuar em todo o estado, realizando palestras nas escolas e cadastrando as pessoas que necessitarem de procedimento cirúrgico para o tratamento.
Também prevê que o Governo do Estado poderá promover parcerias com entidades ou instituições públicas e privadas para viabilizar as ações necessárias para a realização da iniciativa. Além de escolas, o programa vai abranger igrejas, centros comunitários, instituições filantrópicas e de assistência social, levando para toda população o esclarecimento necessário sobre os perigos da catarata.
SBCI – De acordo com a Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares, a Catarata é a denominação dada a qualquer opacidade do cristalino, que não necessariamente afete a visão. É a maior causa de cegueira tratável nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde há 45 milhões de cegos no mundo, dos quais 40% são devidos à catarata1(A).
Os tipos de cataratas são classificados em congênitas, de aparecimento precoce ou tardio e, adquiridas, onde incluímos todas as demais formas de catarata inclusive a relacionada à idade. De acordo com a sua localização poderá ser nuclear, cortical ou subcapsular e de acordo com o grau de opacidade poderá receber a denominação de incipiente, madura ou hipermadura.
FATORES DE RISCO
A(s) causa(s) não estão bem definidas, porém estudos epidemiológicos revelam associação de catarata à idade. Assim, estima-se que 10% da população norte-americana têm catarata, que esta prevalência aumenta em 50% no grupo etário de 65 a 74 anos, enquanto em pessoas acima de 75 anos a incidência aumenta para 75%2(D).
Inúmeros fatores de risco podem provocar ou acelerar o aparecimento de catarata, incluindo medicamentos (esteróides), substâncias tóxicas (nicotina), doenças metabólicas (diabetes mellitus, galactosemia, hipocalcemia, hipertiroidismo, doenças renais), trauma, radiações (UV, Raio X, e outras), patologia ocular (alta miopia, uveite, pseudoexfoliação).
DIAGNÓSTICO
Devemos associar a queixa subjetiva do paciente aos sinais objetivos do exame oftalmológico. As queixas mais freqüentes são: diminuição da acuidade visual, sensação de visão “nublada ou enevoada”, sensibilidade maior à luz, alteração da visão de cores, mudança freqüente da refração(A).
A moderna cirurgia da catarata, com a implantação de lentes intra-oculares, através de minúsculas incisões, representa um dos mais importantes avanços da medicina, por permitir tratar com grande eficiência a principal causa de cegueira, recuperando de forma segura e rápida o mais importante sentido do ser humano, a visão.