O governador Blairo Maggi acionou a Usina Pantanal – município de Jaciara – a sirene que marcou o início oficial da colheita de cana-de-açúcar em Mato Grosso. Para este ano está previsto um novo recorde na produção de açúcar e álcool no Estado.
Levantamento do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool) aponta que as 11 usinas em funcionamento no Estado deverão produzir este ano cerca de 800 milhões de litros de álcool, um acréscimo de 6,66% em relação à produção do ano passado (750 milhões de litros). Dos 800 milhões de litros de álcool, 440 milhões de litros deverão ser de álcool anidro (utilizado para mistura à gasolina) e, 360 milhões de litros, álcool hidratado, o combustível para abastecer os carros nos postos.
A produção de açúcar deverá fechar em 600 mil toneladas, para uma área plantada de 220 mil hectares (200 mil hectares colhidas) que resultarão em uma safra de 14 milhões de toneladas de cana, matéria-prima da qual se extraem o açúcar e o etanol.
Segundo o presidente do Sindálcool, Piero Vincenzo Parini, Mato Grosso atravessa um momento favorável para a produção do álcool. “Precisamos resolver apenas questões pontuais como tributação, meio-ambiente e infra-estrutura”, ressalta.
Ele estima que num período de três a cinco anos Mato Grosso poderá dobrar a sua capacidade de produção de álcool e açúcar.
PARTICIPAÇÃO TÍMIDA – Mato Grosso, que já teve um dos melhores desempenhos do país no ciclo da cana-de-açúcar, produto que já foi um dos principais componentes da economia em épocas passadas, hoje tem uma participação muito tímida no mercado sucroalcooleiro nacional. Para se ter uma idéia, na safra passada o Estado participou com menos de 4% da produção do Centro-Sul, que detém 85% da produção brasileira de álcool.
“A nossa expectativa é de que o Estado possa crescer muito na produção de cana-de-açúcar, enfrentando para tanto alguns desafios que passam principalmente por problemas de logística e de tributação. Precisamos melhorar a nossa infra-estrutura e as condições das vias de escoamento da produção”, frisa o assessor industrial da Usina Jaciara, Marcos Siqueira.
Ele destacou que o consumo de açúcar em Mato Grosso é muito modesto, o que obriga as empresas do setor a buscar outros mercados para seus produtos finais.
Estatísticas do Sindálcool mostram que 80% de toda a produção mato-grossense de álcool são destinadas a outros mercados, enquanto apenas 20% ficam no Estado.
Parini informou que a maior parte do açúcar e álcool vai para a região do Centro-Sul, principalmente para São Paulo, mas que já se vende para estados da região Norte, Amazonas, Pará, Acre e Rondônia. “Este ano vem sendo feita a articulação, por parte de algumas usinas, para exportação do álcool anidro, mas isso depende de resolvermos a logística de transporte.”