Temos recorde; VBP é de R$ 134,29 bilhões
O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Mato Grosso, em 2020, bateu novo recorde e somou a receita de R$ 134,29 bilhões.
Além de um incremento anual de 45% sobre o saldo histórico do ano passado – em R$ 92,56 bilhões –, o Estado garantiu, pela primeira vez, o primeiro lugar do ranking nacional, superando São Paulo em faturamento.
No decorrer do ano, a receita estadual gerada da porteira para dentro das propriedades vinha registrando cifras acima do observado naquele Estado e se confirmou na liderança de 2020.
São Paulo não perdeu apenas a liderança, como cedeu o segundo lugar ao Paraná, que somou receita de R$ 117,11 bilhões, enquanto São Paulo consolidou R$ 106,40 bilhões.
Os dados são Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (Mapa).
Do recorde mato-grossense, R$ 106,18 bilhões foram gerados pela agricultura e R$ 28,11 bilhões pelas atividades da pecuária.
No campo, das quatro principais culturas se destacam milho e soja com variações positivas, mais o algodão, e uma – cana-de-açúcar – registrou perdas ante o faturamento de 2019.
Na pecuária, com exceção da avicultura, todas as atividades cresceram: bovinocultura, suinocultura, produção de leite e de ovos.
O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento, por isso se utiliza o termo “da porteira para dentro”.
Se utilizam dados do quantum físico produzido versus os preços médios de mercado no período da análise.
Conforme o movimento de 2020, o milho foi a cultura que mais ampliou a receita na comparação com 2019. Passou de R$ 16,18 bilhões em faturamento para R$ 27,81 bilhões, alta de 71,87%.
Na sequência, com expansão de 65% no período, está a soja com receita de R$ 73,56 bilhões ante R$ 46,39 bilhões do ano anterior.
O algodão passou R$ 32,92 bilhões para R$ 35,05 bilhões. A cana, também com perda anual, passou de R$ 2,55 bilhões para R$ 2,24 bilhões.
Na pecuária, o maior VBP é da bovinocultura, com R$ 21,96 bilhões ante R$ 18,82 bilhões.
Na suinocultura a receita somou R$ 1,60 bilhão ante R$ 1,31 bilhão. Na avicultura – única atividade do segmento com perdas – o saldo de 2020 ficou em R$ 2,87 bilhões ante R$ 3,13 bilhões.
A produção de leite registrou ganhos de R$ 735 milhões ante R$ 711,71 milhões e a de ovos somou R$ 932,78 milhões ante R$ 819,60 milhões.
Em relação ao VBP nacional – o maior em 32 anos – em R$ R$ 871 bilhões no ano passado, Mato Grosso participa com 15,38% do total faturado.
No País, o crescimento real foi de 17%. Os dados já incluem as estatísticas de dezembro do ano passado. O segundo melhor resultado ocorreu em 2015, com R$ 759,6 bilhões.
As lavouras tiveram faturamento de R$ 580,5 bilhões, alta de 22,2%, e a pecuária, R$ 290,8 bilhões, incremento de 7,9%.
De acordo com nota técnica da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os produtos que mais contribuíram para o resultado foram o milho, com crescimento real de 26,2%, soja, com 42,8%, carne bovina, com 15,6% e carne suína, 23,7%.
Para o coordenador da pesquisa do VBP, José Garcia Gasques, as variáveis determinantes para os resultados estão relacionadas aos preços dos produtos no mercado interno, as exportações favoráveis para grãos e carnes e a produção da safra de 2020.
VBP de 2021 – As primeiras estimativas para 2021 indicam crescimento do VBP de 10,1%. Os principais destaques são: arroz (17,3%), batata inglesa (22,1%), cacau (14,7%), mandioca (10,9%), milho (17,7%) e soja (24,4%). Há ainda boas expectativas para a pecuária, em especial para bovinos, suínos, frangos e leite.
O ranking dos principais produtos em 2021 aponta para a soja, milho, café e algodão, responsáveis por 82,6% do faturamento esperado para as lavouras.
Na pecuária, bovinos, frangos e leite devem liderar os resultados do VBP, com participação em 85,9% do faturamento.
A lista dos estados campeões na agropecuária deve permanecer com Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
O VBP – O indicador é calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do País, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil.
O valor real da produção, descontado a inflação, é obtido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas.
A periodicidade é mensal com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês.