quinta-feira, 21/11/2024
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Mário Friedlander apresenta a arte poética dos Santos Pantaneiros

Além das belezas do sagrado, a mostra traz de volta à Cuiabá um dos maiores nomes das artes brasileiras, como o artista plástico, jornalista, editor, escritor, poeta e compositor Bené Fonteles.  

O fotógrafo Mário Friedlander inaugura nesta quarta-feira (22) a partir das 20h, em Cuiabá, no Museu da Imagem e do Som (MISC) a sua exposição fotográfica, que trará registros de algumas das mais importantes festas de santo realizadas no pantanal, a exposição “Santos Pantaneiros”. A exposição ainda vai percorrer os município de Primavera do Leste e Campo Verde. A curadoria da exposição recebe curadoria do artista plástico, jornalista, editor, escritor, poeta e compositor Bené Fonteles. Em Cuiabá, a exposição poderá ser visitada até 22 de setembro

A mostra fotográfica apresenta as Festas de Santo tradicionais que representam a cultura e a religiosidade popular, ainda existentes na região do Pantanal de Mato Grosso, principalmente em Poconé e seus arredores.  Serão mais de 100 fotografias expostas em dois tamanhos, e instalações que inserem um “Arco da Iluminação” da Festa de São João e São Gonçalo de Dona Apolônia de Poconé, esse “arco” é um suporte para celebrações e para a colocação de luminárias cerâmicas, que uma vez acesas, darão grande dramaticidade ao cenário da exposição.

Também haverá um altar nos moldes tradicionais, com enfeites, imagens e iluminação variada, sendo que todas as peças do altar e da exposição são autênticas, cedidas por diversos festeiros com os quais o autor se relaciona há muitos anos. Além disso, alguns ambientes da exposição serão ornamentados com bandeirolas tradicionais, com diversos desenhos e recortes feitos a mão, em mutirões devocionais.

“Esta é a segunda vez que trago esta exposição para contemplação pública. Aqui faço uma conexão entre o sagrado e a cultura desses povos e sempre me surpreendo nestes encontros. São tantos devotos, manifestações artísticas diferentes que alcançam ao sobrenatural. Nela retrato os preparativos das festas religiosas e os costumes das populações tradicionais que seguem perpetuando a cultura ancestral. Minha presença nestes lugares e o consequente registro destas festas exigem um aprofundamento nas origens, pesquiso, não me limito apenas ao registro. E isso tudo é um pouco da emoção e crenças destes povos” relatou o fotografo Mário Friedlander.

Dos quase 40 anos em que escolheu Mato Grosso como morada, metade deles foram dedicados a estas viagens. Os registros fotográficos foram feitos nas festas de São Benedito, Divino, Santana, São João e São Gonçalo, São Pedro, Cavalhada de São Benedito, todas realizadas em Poconé, além de São Bento e nossa Senhora Aparecida de Rosário Oeste, festa de São Pedro da Comunidade de Joselândia e Santo Antônio da comunidade Maravilha de Poconé.

A exposição conta com a preciosa curadoria do multi artista, Bené Fonteles que residiu muitos anos em Mato Grosso e tem atuação destacada nas áreas de cultura popular e de patrimônio imaterial. Em sua última participação durante a 32º Bienal de São Paulo, o artista visual considerou-se um “artivista”, pois desde 1970, trabalha com projetos transdisciplinares.

“A imensa sensibilidade de Mário, não só em fotografar, mas viver ao acolher a espiritualidade da gente pantaneira em seu território visual, está marcada ou demarcada pelas fronteiras naturais do Estado de Mato Grosso. Na mostra, estamos retratando sentimentos, captados pelo do seu olhar, por meio de elementos usados nas cerimônias, a exemplo das luminárias aos altares, que estabelecem o caráter precioso do costume regional das comunidades festeiras”, destaca o curador.

A exposição fotográfica é viabilizada através do Edital Circula-MT, da Secretaria de Cultura do Estado de Mato Grosso – (SEC-MT) e conta com o apoio da EXPOIMAT-UFMT, da Prefeitura Municipal de Cuiabá, Prefeitura Municipal de Campo Verde, Prefeitura Municipal de Primavera do Leste.

Bené Fonteles

O José Benedito Fonteles iniciou sua carreira em 1971, expondo no 3º Salão Nacional de Artes Plásticas do Ceará. Em Fortaleza, trabalha como jornalista. Durante as décadas de 1970 e 1980, integra anualmente diversas exposições coletivas, nacionais e internacionais, ligadas à arte postal e a pesquisas de novos meios de expressão. Nesse período, participa de quatro edições da Bienal Internacional de São Paulo (1973, 1975, 1977 e 1981). Realiza, ainda, a partir de 1974, diversas mostras individuais, no Brasil e no exterior.

Entre 1983 e 1986, dirige o Museu de Arte e de Cultura Popular (MACP) da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Na década de 1980, envolve-se em projetos e movimentos voltados à preservação ecológica, procurando uni-los à criação artística. Em 1991, muda-se para Brasília, onde mantém atuação como ativista ecológico e organizador de eventos artísticos. Em 1997, organiza a montagem da sala especial do artista baiano Rubem Valentim, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA). Entre os livros que publica, destacam-se O Livro do Ser (1994) e O Artista da Luz (2001), sobre Rubem Valentim. Seu trabalho como compositor está reunido no CD Benditos, lançado em 2003, que agrupa três trabalhos anteriores, Bendito (1983), Silencioso (1989) e Aê (1991). Em 2003, recebe da Presidência da República a comenda Ordem do Mérito Cultural e em 2016 apresenta-se na 32º Bienal de São Paulo com a obra de instalação “Conversas para adiar o fim do mundo”. Atualmente, o artista reside em Brasília.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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