Após percorrerem 1500 km de Cuiabá a Porto Velho, em Rondônia, os marchantes de Mato Grosso foram recepcionados pelos membros e integrantes das Associações dos Produtores e pela Federação da Agricultura de Rondônia (Faperon). Um dos pontos marcantes desta trajetória foi o exemplo de patriotismo e valorização cultural do país mais próspero – o Brasil. No Centro de Tradições Gaúchas da cidade os produtores e solidários a Marcha à Roraima cantaram o hino do estado de Rondônia, Rio Grande do Sul e do Brasil. O momento foi marcado por novas gerações de crianças que juntos cantavam o hino e seguravam a bandeira.
“Este é o primeiro movimento patriótico livre da história do Brasil e que conta com a participação de vários setores da economia do país”, comemora o representante sindical de Gaucha do Norte, José Luis Carini. Ele ressalta que o movimento não tem nenhum vínculo de interesse particular, como ele mesmo sita, no que tange ao endividamento e meio ambiente, e sim, a luta pelo um único idealismo, a valorização da Amazônia Brasileira.
O presidente da Faperon, Francisco Ferreira Cabral, acredita que esta iniciativa vem mostrar para a sociedade brasileira que “não deve ficar omissa e exclusa quando houver interferências num assunto que é de responsabilidade de todos”. Ele disse que hoje se reunirá com lideranças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para que crie o Movimento Nacional dos Produtores Rurais. “O objetivo é que possamos expressar a nossa insatisfação a inconsequeência do governo federal com relação ao meio ambiente que tem interferido de forma direta no desenvolvimento do país”.
“Todos os brasileiros devem ocupar o território (Brasil) com mais amor, coração e orgulho”. Assim cobrou o representante da Associação dos Produtores de Porto Velho, Sebastião Conti, preocupado com as interferências internacionais no país. Ele diz que o mundo lá fora discute sobre a Amazônia, mas no próprio Brasil, – o qual ela pertence, não há a discussão necessária. “O porquê disso?”, questionou.
O secretário de Agricultura e Regularização Fundiária do Estado, Carlos Maia, acredita que os índios estão sendo usados, manipulados e influenciados por organizações internacionais posicionando contra a ampliação de reservas indígenas em áreas de fronteiras. “Temos que questionar e abrir nossos olhos para o excesso de interesses em querer ampliar essas demarcações”. Ele é a favor da criação de áreas que sejam de interesse do índio e não interesse internacional.
A comitiva compostas por 30 caminhonetes de 10 municípios mato-grossenses sairam ontem dia (13) para a Manaus com destino a Roraima onde acontecerá o grande encontro no dia 16 (sábado), em Pacaraima. A viagem deve levar dois dias até Manaus devido às condições das estradas e também as travessias de balsa.