Para Marcela Brotto, 29, o trabalho perfeito é aquele que a permita “viajar o mundo”. Para ela, o céu é o limite quando o assunto é amor – aliás, é através dele que gosta de levar a vida. Das loucuras que fez, uma que marcou foi mudar de estado por “amor”. “Também por motivos profissionais, vai… Mas eu não teria saído de Curitiba só por isso”, entrega.
Ariana, morena pintada de sardas e olhos fundos, irremediavelmente verdes, Marcela é do tipo que fala manso, mira nos olhos e estende a mão sobre a mesa pra chegar perto e contar da história breve, porém intensa, que a trouxe a São Paulo. Dá pra ficar até com o coração na mão quando diz do acidente que sofreu no começo dela. Em um intercâmbio para os Estados Unidos, no Colorado, ela descobriu um buraco no peito. Literal. Por causa dele, teve sutis amnésias: quase esqueceu o inglês, se embaralhava no português e ficou no mínimo confusa por dias. Brinca que o acidente fragilizou seu coração. Poucos meses depois estava "entregue, apaixonada". Foi essa paixão que a levou para São Paulo.
Na Capital há cerca de um ano, hoje está solteira, mas nada de “a procura”. Faz questão de deixar as coisas acontecerem e prefere não planejar nada. Fazer planos, só se for os profissionais. Pra esses ela arregaça as mangas e faz o que for preciso pra chegar onde almeja. Formada em marketing, explica que adora trabalhar com atendimento, mas também já arriscou bicos atuando em comerciais de TV. Mas como atriz só trabalhou em Curitiba e os planos de atuar estacionaram por lá.
Em São Paulo, divide o apartamento com dois amigos. Já é bem acostumada a viver cercada de meninos, cresceu ao lado de dois irmãos. Conhece as manias masculinas e diz que se dá muito bem na companhia de homens, “talvez até melhor que na de mulheres”. "É legal morar com homens. Você acaba conhecendo mais do universo deles". Aliás, colecionar amizades é um dom dela. Em suas histórias os amigos estão sempre presentes, quase intrínsecas aos “causos” que tem pra contar.
E é dos seus que sente mais falta. A família longe, os grandes amigos e o irmão são os motivos que "quase" a fariam abandonar seus planos. Mas então ela pensa bem e decide ganhar o mundo. "É o preço que se paga por sair de casa e querer sonhar", diz.
Não é duvidar que a morena arraste tantos amigos, nem que tenha jogo de cintura pra lidar com os homens. A impressão é de que consegue segurar quaisquer ouvidos por horas com suas conversas embaladas por sonhos, amor e aventuras de “furar o peito”.
R.Trip